sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O último de 2010

Se eu fosse descrever o ano de 2010 em uma palavra, essa seria greve. Sim, greve. Mas não greve em seu sentido estrito. Greve por si só não é o problema, nem a solução. São suas consequências. Talvez uma palavra melhor fosse decepção, uma vez que 2010 começou maravilhoso e promissor e decaíu como uma estrela cadentes. Uma curva decrescente em mais um gráfico de estática. Ou então, talvez eu fosse otimista e escolhesse metas, porque em 2010 eu cumpri quase todas da lista, o que foi realmente surpreendente. Mas não sei. Ficou faltando algo. Como aquele doce que está bom, mas não é especial. Como aquela cidade que é bonita, mas não tem nada demais. Como aquela festa que deu tudo certo, mas foi como o esperado. Como uma carne gostosa, mas sem tempero. Isso foi 2010. Sem contar as pessoas queridas que morreram. Próximos, amigos de amigos, avós, colegas, conhecidos... 2010 tinha tudo para ser o filho prodígio, mas em algum momento ele se perdeu e foi para um caminho escuro, solitário, sem fim. Foi bom, mas sempre com a esperança de ser melhor, uma esperança não alcançada. No geral, não foi ruim. Mas não foi magnífico também. Foi apenas 2010, com seus choros, lamentos, sorrisos, lágrimas, abraços, despedidas, viagens, pessoas... Minha maior expectativa para 2011? acabar de ler uns livros e ler o máximo que eu puder.

Livros lidos em 2010:
1 - "O Cavalo e o Menino" (série As Crônicas de Nárnia) - CS Lewis
2 - "Príncipe Caspian" (série As Crônicas de Nárnia) - CS Lewis
3 - "Interview with the vampire" - Anne Rice
4 - "A Cabana" - William P. Young
5 - "The Time Travellers Wife" - Audrey
6 - "Noites Brancas" - F.Dotoiévski
7 - "O Dia do Curinga" - Jostein G.
8 - "A Escolha dos Três" (série A Torre Negra) - Stephen King
9 - "Vestido de Noiva" - Nelson Rodrigues
10 - "O Choque de Civilizações" - Samuel P.H.
11 - "NYC Rock: Rock'n'roll in the big Apple" - Mike Evans
12 - "Club Dead" (série Crônicas de Sookie Stakhouse) - Charlaine Harris
13 - "O Jogo do Anjo" - Carlos Z.
14 - "Pride and Prejudice" - Jane Austen
15 - "Os Deuses da Guerra" (série O Imperador) - Conn Igulden
16 - "1984" - George Orwell
17 - "Don Juan" - Molière
18 - "Cândido ou o Otimismo" - Voltaire

Bom, li pouco, como vocês podem ver, mas apreciei cada leitura, especialmente 1984 e Pride and Prejudice. Também fiquei muito contente de finalizar a série O Imperador, sobre Júlio César.

Feliz Ano Novo :)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Nesse final de ano, um brinde aos amigos que nos abandonaram

Eu sempre idealizei as coisas passadas. Talvez não soubesse valorizar o presente ou o futuro não se mostrasse tão palpável. Mas queria o passado. Não só queria, como o desejava. Como alguém à beira de um colapso em um deserto. Alguém que trocaria todos os diamantes do planeta por uma jarra de água. Uma necessidade momentânea, um lapso de felicidade. Nas memórias ofuscadas por uma alegria efêmera. O desejo altera as lembranças, e as lembranças mudam o juízo de valor.
E talvez fosse por isso, esse desejo de iludir-se, que eu sempre acreditei nas amizades antigas.  E as mensurava através da contagem dos anos, da quantidade de momentos em conjunto, e principalmente daquelas saudáveis lembranças, que mal sabia eu, corroíam minha alma pelo avesso.
Mas os anos passam, as fotografias amarelam com a poeiram ou então perdem-se nos confins do baú da memória. Os detalhes não sobrevivem à morte de alguns neurônios, ao envelhecimento da massa cerebral. E com elas, se vão os vínculos. Algumas amizades persistem através de épocas devido aos vínculos eternos do estar junto, do gostar de estar. Outras infelizmente desaparecem com a troca de telefone, a mudança de cidade ou de país, os desencontros da vida. E ainda existem aquelas que sobrevivem, como um pobre ser morimbundo, às sombras daquilo que algum dia foi mas não existe mais. E você quer que exista. Você quer, porque sente que as lembranças são como um manto opressor. Elas estão ali, fiscalizando se você ainda almoça com aquela pessoa, se ainda conversa com ela, e te obrigam a ligar naquele aniversário,a aparecer com o melhor presente que você possa dar, a estar presente. Quando na realidade não existe mais nada. Nada além de um passado que já foi embora.
E a cada encontro, os mesmos assuntos: aquele dia em que fizemos, aquela viagem que tivemos, os doces dias daquele verão... e todos os pronomes demonstrativos que só demonstram a quantos anos aquilo foi. Não é mais. Não há nada no presente além das lembranças que insistimos em resgatar.

Por isso, proponho um brinde a todos aqueles que não fazem mais parte das nossas vidas, mas que insistem em estar presentes apenas em corpo e memória, como um passado nostálgico que insiste em nos lembrar que existiu. Mas não existe mais.
Que eles não atrapalhem nossos futuros e não subjulguem nossos presentes, que nos deixe encontrar novas amizades, para formarmos assim um futuro diferente.

tim-tim

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Um sonho perdido

Eu andava no Colégio e aquele lugar me trazia lembranças. Andava conversando com alguém, distraída, procurando escutar os sons da infância. Não sabia direito se ainda estudava lá ou se voltava para rever o colégio que por seis anos e seis meses fora meu recanto, meu refúgio, minha paz exterior, meu conflito interior, minha casa. Não sabia de nada, além de que andava em companhia de pessoas de rostos não muito nítidos e que eu sabia que conhecia, sabia que conversava, mas não me importava. Andava por ali, perto da rampa do corredor da quinta série, ao lado do velho quiosque dos amores mal fadados e das aulas não assistidas. Andava sozinha em pensamentos e repleta de pessoas, quando escutei um som que parecia familiar. Vinha de um grupinho. Um grupinho de garotos como outro qualquer. Aliás, poderia ser um grupinho de garotos qualquer se não fosse pela presença... dele. Poderia ser qualquer garoto, mas não era. Era ele. Ele que fora embora há quatro anos sem deixar nada além das lágrimas no banquinho. Ele que fizera acreditar, e então desacreditar, e então me perder para me encontrar. Ele que me fizera sonhar e roubara o meu sonho, assim como todo o Amor que eu podia ter doado a alguém nesses anos, mas não! ainda era dele e ele o levara sem dar nenhuma satisfação. Sem mais nem menos. Ele que tinha se despedido em uma parada de ônibus, o mesmo lugar do primeiro beijo. O primeiro e o último de uma primavera que acabou em prantos e desencantos, despedidas e mortes de cigarras, como se fosse o fim do Amor na Terra. E naquele momento ele estava lá, de branco, camiseta formal, calça preta, como para alguma solenidade. Rindo com o mesmo sorriso triste que um dia conquistara o coração de uma garota. Ou de duas. Ou de três. Quem sabe quantas se perderam naquele sorriso doce? Naquele abraço protetor. Se bem que aquele sorriso era meu. Era meu porque apenas eu sabia o que ele escondia. E naquele momento, ele estava de volta. Uma palpitação. Uma outra mais. Paralizada no asfalto duro do colégio. Eu paro, olho, não posso mais pensar. A respiração é uma agonia. E então eu corro ao encontro dele. E ele se desvia dos amigos rindo de algo dito. E a felicidade é tão grande, imensa, e eu digo na minha mente "espero que não seja um sonho, espero que não seja um sonho". Não pode ser, parece tão real. A feição é a mesma, o sorriso é aquele, a pessoa é a pessoa certa. Tem que ser real. Eu vou correr com aquela sensação de felicidade que se encontra em um doce comprado pela avó. Mas eu vou correr até e tudo vai ficar bem. E a felicidade aumentando, e os pés acelerando, até que...
eu acordo.
hora de ir para a universidade.
lidar com as pessoas.
não encontrar quem eu quero.
estudar, ler, assistir aula.
ir à reunião.
discutir, prestar atenção.
almoçar em vinte minutos.
ir à academia
chegar tarde em casa e fazer os trabalhos.
dormir tarde.

mas antes de tudo,
para o teto, lanço um olhar
aquela dor de decepção.
a vontade de querer voltar
uma pontada no coração
um romance não lido
um fim sem história
foi apenas mais um sonho perdido
trancado no baú da memória.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Se você tiver uma história, conte-a!


Introspectiva. Foi o que um colega de classe disse que eu era quando eu mostrei meus desenhos. Talvez fosse por isso que eu sempre gostei da Arte. Uma maneira de extravasar tudo aquilo que eu não conseguia dizer. E até hoje eu não aprendi a passar o mundo interior sem a intermediação de um bom papel ofício. Esse foi um dos motivos de escrever essa história. Ainda assim, nenhuma frase será suficiente para descrever aqueles dias. Dias chuvosos e felizes. Nada é capaz de descrever aqueles momentos. E acima de tudo, nada é suficiente para mostrar-lhe o quanto eu fui feliz naqueles sessenta dias de Outubro.
Mas acima de tudo, existe outro motivo: eu precisava eternizá-lo. Ele merecia viver para sempre. Ou ao menos, saber que viveria para sempre, nas minhas lembranças.

A dedicatória é unitária
O momento é ambiguo
As lembranças são egoístas
E o mundo é só nosso.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

(Des)interesse

_ Você sabe qual foi o dia em que eu finalmente descobri que ele não me amava? - perguntou ela ao companheiro enciumado.
_ Não, qual foi?  - ele indagou, suspirando, ainda aborrecido.
_ Foi naquele dia de Outono em que o levei a casa dos meus avós. Disse a ele: "aqui foi o lugar em que passei a infância". E ele encostou a cabeça na cadeira de balanço, fechou os olhos e ignorou todas as minhas boas lembranças...

sábado, 18 de setembro de 2010

Encontrar

Uma visão turva.
Uma nuvem de neblina.
Uma rua com diversas bifurcações.
Vários caminhos, curvas distintas.
Direção sem controle.
E aquele vazio,
batendo, tentando respirar.
Difícil mesmo é encontrar quando não se sabe o que está procurando.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Onde foi parar a minha vaga... ?

Dirigindo para a aula, passo sempre pelo mesmo local. Comercial lotada, carros por todo lugar, nenhuma vaga disponível. Toda vez eu passava olhando, vigiando, procurando ansiosamente, na esperança de que um dos carros fosse embora ou não estivesse ali, na esperança de que se abrisse uma vaga, por menor que seja, onde eu pudesse colocar o meu carro em segurança e ir à aula em paz. Todos os dias, eu passava procurando, aflita, com esperanças, por aquela vaga. Todos os dias, eu procurava com os olhos atentos, com medo de me distrair no volante, dirigindo devagar. Todos os dias. Todos. Até que um dia eu cansei. Eu cansei da decepção de não achar uma vaga. Eu cansei de ter que dobrar a atenção ao dirigir olhando para os lados. Eu cansei de simplesmente olhar, procurar em volta, algo que nunca estava lá. E então, uma bela noite, estacionei meu carro no pior lugar possível e passei andando a pé ao lado e então, a vi. A vaga ali me esperando, e eu tinha passado sem olhar. A vaga tão desejada, tão especial, a que eu tanto querida. Esteve lá e eu não vi. Não vi porque as esperanças acabaram e eu deixei de procurar. Às vezes ela está lá, mas por um descuido é negligenciada. E aquela vaga, tão privilegiada, tão em frente, estava lá, vazia, mas eu não voltei para pegar o carro.

E isso resume minha vida atual.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Aha uhu, o refúgio é meu!

Chegou o meu certificado de Direitos Autorais!
É oficial: o refúgio é legalmente meu!
Sabe aquela felicidade genuína e até infantil que brota de repende e você quer compartilhar com todos a sua volta?
Pois é, foi o que eu senti a ler o certificado nas minhas mãos.
Embora eu já estivesse com o recibo alguns meses atrás,
é indescrítivel a sensação de ter algo seu
algo da sua história
nas suas mãos.

Porém, não havia ninguém para compartilhar.
Ninguém se importou, de tanto que estavam fechados em seus problemas diários
Ou porque estão brigados comigo, como sempre.
E a felicidade virou decepção.
Quis ligar para a Paula ou o Henrique, mas meu celular não funcionou
Quis falar mais que tudo com o Pedro, o livro é muito mais dele do que meu.
Mas não consegui.

Percebi então que o único que estava presente era Peter. Ele foi o único que esteve presente todos esses anos quando eu chorei no meu quarto debaixo do cobertor. Quando as pessoas me traíram. E todas as vezes que eu quis morrer e sentia culpa. Quando brigavam comigo. Quando eu tive medo e não tive coragem de admitir. Quando eu me decepcionei com as pessoas. Quando eu era menor e estava com medo de avião mas não queria aterrorizar minha mãe (pois ela quase entrava em pânico), então mentia dizendo que não estava com medo, ele foi o único a segurar minha mão. Ele me acompanhou em todas as minhas peripécias, angústias e solidão. Ele foi a única pessoa que me entendeu por completo nesses vinte e um anos ingratos.
Pena que... ele foi uma invenção da minha cabeça.
Que agora está imortalizada em 152 páginas de um romance não publicado, mas legalmente meu, e só meu, assim como a minha alma.

Obrigada Peter, queria que você existisse mais que tudo agora, para eu poder dizer "ei, bobão, registrei meu livro", e então ele me daria aquele abraço e diria "parabéns, eu sempre tive certeza que você conseguiria" e abriria aquele sorriso infantil que me faria esquecer o quanto eu odeio a raça humana.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

No guts no glory

"Robin Hood" sempre foi um dos meus clássicos favoritos. Daqueles que te fazem refletir sobre algum aspecto da sua vida, e idealizar algo mais que apenas ir à escola ou sair com os amigos. Mas o interessante nisso é que o motivo de eu gostar tanto de uma história folclórica como essa não é a razão tradicional - a de que o Robin rouba dos ricos para dar aos pobres  - e sim um aspecto que fica meio escondido ou negligenciado por leitores desatentos. A minha questão favorita apresentada nas várias versões de "Robin Hood" dilema do "bom ladrão", e sim o da "busca pela glória".
Robin de Locksley originalmente era um nobre que lutava nas cruzados ao lado do rei Ricardo Coração de Leão. Tinha abandonado a Inglaterra e sua nova lady Marian, além do feudo, para lutar por um ideal de realização maior: a fé cristã, a defesa da pátria, o que seja a máscara da cruzada dos reis. Ele volta para a Inglaterra e vê que seu feudo foi tomado por sir Guy, que além de tudo é apaixonado por Marian, que por sua vez está ressentida pelo abandono do ex-noivo.

Essa é a sinopse do seriado da BBC que eu tanto gosto e que para mim, é a melhor versão de todos os Tempos dessa lenda. Melhor até que o último filme que lançou, embora ele tenha mostrado um outro lado desprezado e importante da história de "Robin Hood": a Magna Carta e a luta pelos direitos constitucionais.
Assim, "Robin Hood" de forma geral, representa para mim, dois aspectos de uma ideologia que persegue meus argumentos em muitos setores da minha vida privada:
1 -  a luta por direitos que estejam acima do soberano - liberdade
2 - a busca pela glória e o sacrifício da vida pessoal
Apesar de Robin pronunciar diversas vezes os direitos da Inglaterra e lutar por um bem maior, parte dessa luta mostra uma característica essencialmente egoísta do nosso herói (um quê de antiheroismo em uma alma consagrada): o desejo de ser amado. Sim, pois Robin não luta apenas pelos direitos da Inglaterra, mas pela vontade de não ser apenas mais um homem ordinário. Ele não só quer atingir a glória, mas como despreza ser mais um na multidão. E é por isso, que na realidade, ele até sente orgulho de ser um fora da lei: ele quer os aplausos e os holofotes. E é por isso que Marian fica tão indignada. Pois se fosse apenas os direitos da Inglaterra, talvez ela suportasse melhor todas as noites que eles estiveram separadas. Mas nunca existe apenas um motivo, não é? O que nos leva a um dilema crucial: vale a pena desistir do amor da sua vida - supondo que isso existe - por um ideal maior? Ou pela glória em si? Lembrando que pessoas traem, mentem e magoam, Robin Hood não precisa se envolver emocionalmente com nenhuma delas para ajudá-las. Ele rouba o dinheiro, ele o distribui, mas a única pessoa com que ele se envolve na história inteira - do seriado - é uma que a princípio quer se afastar, mas depois passa a lutar do lado dele em busca da salvação da nação (ela atua como vigilante noturno - sensacional, até mesmo para as feministas de plantão).
Entretanto, é muito difícil encontrar uma pessoa assim na vida real.
Nem todos tem essa sorte, 

[spoiler]
ou azar, Marian morre no final. [/spoiler]

É preciso ter coragem
para encarar os obstáculos
e para sacrificar algo em prol de um ideal maior

PS: Lembrando que esse dilema também é tratado em "Tróia" em um diálogo de Aquiles com a mãe, quando ela diz "se ficar aqui, casará com uma boa esposa e terá família, será lembrado por seus filhos e pelos filhos deles, mas só. Se for à Roma, seu nome será reconhecido em toda a Grécia e até muito depois, entretanto não voltará e não o verei de novo"... e o que foi que ele escolheu? tcharam

PS[2] quem quiser, pode encontrar o download dos episódios na internet, ou no site da BBC séries :)

domingo, 8 de agosto de 2010

The ugly truth

I have to write in English, because I don't want my parents reading this, or anybody of my family - thankgod they don't know english, although my father speaks french(my favorite language all the world) really well. Sometimes, I really hate them. I mean, not them, not the people that they are, but especially living with them. And mainly, because my brother is a fucking jerk. Sometimes, I can't stand, I can't understand how one big friendship became this shit, became this unbearable living together. Since I came from the wonderfull place that is Vancouver, my brother have been more and more crazy. Just crazy. He screams all the time and such a little mistake is a reason to fight. And it's not a common fight between siblings. It is a mixed of anger, incredible range, and madness. Nowadays, he have been extremely cruel. He says a lot of things, spend 1 or 2 weeks withou speaks, and when he talks something it is just to humiliate me. He explodes for every little thing and this is really making me crazy. And, of course, I am feeling like a trash, because every place that I go, I talk about my brother, telling how I love him, althoug I don't say this so much when I am with him.  You must understand that my familt is not the kind that talks about love every time, except for my mother. We are introspective and I don't see any problem in that. However, we never fough this way as the last days. Friday, for example, my brother had a surprise party. He could take a ride with a friend, but he was late. So, I was about to arrive in home and they immediately asked me to leave him in the house of his friend. I said "ok", but I needed check out my e-mails before. When I was reading an important e-mail about something of the university, he started to make a scandal. And you have no idea how cruel he can be. He totally overeact and then, the fight started. We went down screaming and discussing and he started to say a lot of bad words, as always. When we were on the car, I said that if he couldn't go withou speak a word, he would go walking to the party. And so, the pride, as always again, spoke more loud. He got out of the car and started to walk. I was behind him, asking to go back to the car. I must clarify that the party was not very far way, just tree blocs of our house. He went to the party walking. It seems very stupid and little, but today he exploded again. He said that I am fucked and I will regret all my life because of making he walk - tree blocs, my god - and a lot of bad words again. He said that he wont do me a favor anymore - but this doesnt really matter, by the way, he never do anything for me. Oh, and of course, he said that I must have stayed in Canada forever. So, my dear, I wanted. Do you think that I wanted go back to this hell? Do you think that I miss anybody? I miss no one. Not even my family. Especially my family, I think. I was in heaven without the screams, the fights between mother and father (she always says that she will take the divorce), my sister breaking my things and my brother calling me shit. Sometimes, I thought about parents, of course. They are really good, but sometimes the flaws are too big. They don't consider my feelings and they always think that I am creating every suffer, that I don't suffer for real. They don't have any idea. And I always talked about my brother, how I loved him, to my friends of school. But when I came back, I realized that he didn't deserve any of my beautiful words. At all. And this is the ugly truth about me. I don't really care about human beings, I mean, we are trash and we deserve die. I just want to help people, but without making friends, without risk my life with this fake relationships, because I don't believe in love anymore. It doesn't exist. Otherwise, a brother would not to scream and almost kill you with the eyes just because of a party. And that is why I prefer the books. Study, make money, have a good job, help people without feelings... this is all that matters... not these stupid people that just make me waste my time.

Sometimes, I really hate people. Their pride, selfishness and pretensions. I can't even stand my family's flaws. I wish I could live so far away, in a small house, totally alone, me and my books, the perfect world without this daily cruelty and folly. It is one of the reasons that I want to be diplomat: living far away without all this fucking fake love. 

Sorry, my friends, I'm really angry, sad, frustrated, disappointed. And it's not new... It's been awhile and if I don't say anything, I won't bear this.

Now, that I am relieved, I can go back to my studies...
Forgive my grammatical errors, I don't have any time to review, so I have to write fast.
And thanks for reading about my stupid life, it have been also a kind of consolation, knowing that tere is someone that is not superficial... and, of course, I love to write... it's like the paper can understand me better than my parents.

sábado, 31 de julho de 2010

Pára-quedas



Às vezes, ninguém entende meu mal humor ou minha melancolia, que insiste em persistir, mesmo quando eu finjo com um sorriso doloroso.
Às vezes, ninguém entende minha indignação ou minha surpresa.
Às vezes, ninguém entende porque eu prefiro passar direto, sustentando meus fones de ouvido.
Mas a verdade, é que ninguém, ninguém mesmo, entende meus motivos.
E eles se resumem a um só: queda.
Parece mesmo que eu caí nesse mundo de pára-quedas, e todos podem dizer "eu também", mas não, não é assim.
Parece que eu vim de muito longe, de um lugar bastante diferente.
Porque toda hora, eu entro em sérios conflitos com a realidade. E chego a sentir mesmo que não pertenço a esse mundo.
Certos valores eu tenho que são tão diferentes do restante das pessoas, que eu penso mesmo, se eu não apareci aqui por acaso. Em algumas partes do dia, eu chego até sentir repulsa. Parece que o planeta inteiro está errado e então, eu não consigo me encaixar em nenhum lugar.
Eu realmente sinto que não pertenço a lugar nenhum, ou a grupo nenhum, ou sei lá
isso pode ser muito bom, mas às vezes é simplesmente insustentável.

E não diga que entenda, porque nem eu mesma entendo e não consigo explicar
Só sei que eu caí de pára-quedas, e essa queda doeu muito.

domingo, 4 de julho de 2010

Um sonho

Estou andando na neblina. A tempestade gelada apaga parcialmente minha visão e a neve cobre meus pés inteiramente até quase alcançar os joelhos. A cada passo, a bota afunda na imensidão branca. Ao fundo do cenário as árvores balançam com o vento forte. Não tenho bússola. Não tenho compasso. O relógio se foi há algumas horas. Tudo está branco. Mas falta pouco. Chegar aonde? O que é o fim? Falta pouco, eles dizem. Perdi-me há dias, não tenho fome ou sede. Tudo que restou foi a caminhada. E as pegadas... Não se pode voltar atrás. Não consigo parar de andar. Do outro lado eu sei que alguém espera.

Mas era só um sonho
esperando a abertura dos meus olhos.

sábado, 26 de junho de 2010

There's something about you

Das pessoas especiais que eu conheci na vida,

Tinha o garoto da parada de ônibus, que sempre chegava com a fumaça do seu cigarro no vento gélido da manhã. Quem fosse julgar, diria que não era um dos típicos garotos bonzinhos, mas podia ser tão doce quanto um brigadeiro feito com carinho. Todo dia ele fazia os mesmos passos, e despedia-se em uma esquina com um "have a nice day" que valia pelas 10 horas de vôo.

A melhor amiga que sempre esperava no outro prédio e estava presente nos melhores momentos, embora não a conhecesse a 10 anos, às vezes fazia cumpria seu papel melhor do que as que conheci a vida inteira.

A criança mais bonita do mundo, dotada de uma doçura cativante. Com a mãozinha pequena apertava a minha e caminhávamos juntas lado a lado. E sempre esperava ao lado em seu banco terminar a refeição para que pudéssemos colorir um mundo que só eu e ela achávamos que existia.

O irmão adotado que parecia um maluco e chegava sempre atrasado. Mas ele sempre estava lá.

E o mais bonito do mundo, com seus olhos verdes feito água, e seu jeito solitário, sentado no banco de um seabus, voltando para casa da Universidade, em que cursava Filosofia.

Se pararmos para prestar atenção nas pessoas, vamos achar um milhão de coisas que gostamos nelas, mesmo não as conhecendo direito ou nem falando com elas. Basta observar.
Infelizmente, nesses últimos dias ando descobrindo mais coisas de que não gosto.
Falta aquela coisa especial que se encontra no dia a dia e faz a rotina valer a pena.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Une question simple comme bon jour...

Je vais poser une question très importante pour l'humanité: est-ce qu'il y a quelqu'un qui croit à l'amour? 

Le véritable amour. Pas d'amour que nous voyons aux rues... 

Je pense que c'est difficile répondre à cette question sincèrement, mais j'ai besoin de découvrir une vérité. 

Je ne veux pas ce faux amour qu'on trouve en criant

Je ne veux  pas cet amour qui cache ses secrets

Je ne veux pas cet amour qui a besoin de tenir ton amoureux

Je ne veux pas cet amour qui orne la mensonge

Je ne veux pas cet amour qui baiser par baiser

Je ne veux pas cet amour qui prétend sans savoir

L'unique chose que j'éspère est aimer par aimer, sans prétention, seulément pour aimer, comme un "bon jour", a déclaré à un étranger.  

domingo, 13 de junho de 2010

O fim do mundo

Tem casal que quando termina, parece que o mundo está acabando: ela chora, ele grita, eles brigam. Tem casal que quando termina, parece o fim de uma era, os amigos se perguntam "como assim?', "o que aconteceu?", "como isso pôde acontecer?". Tem casais que quando terminam, as próprias família s estranham. E ninguém consegue entender como um casal tão bonito, que parecia tão feliz, se separou assim tão de repende, tão cruelmente, tão cheio de discórdia. Espanta mesmo como um sorriso tão bonito virou um mar de lágrimas e mágoas guardadas no fundo de um baú que antes abrigava tão boas memórias. E as lembranças? E as palavras jogadas? Foram para o lixo ou de nada valiam? Ou então tudo era apenas uma fase? Eu tenho a resposta para essas perguntas. Porque para mim, existem apenas dois tipos de casais: aquele que você vê e acha bonitinho, e aquele que eu vejo e sinto pena. Sim. Pena porque o que eu vejo não é um casal que se ama, mas dois seres que se iludem, e se prendem, e se enganam, e fingem. Fingem assim sem saber, de uma forma não proposital. E então, no fim eles se machucam forte. E então, parece que a terra está tremendo e os meteoros caindo, enquanto os prédios caem em chamas. Mas na verdade, na verdadeira verdade, na mais pura realidade, é que o que está desabando é apenas os muros de uma construção não muito sólida, que você achava que eram rígidos, ou pelo menos acreditava que eram, mas na verdade haviam construídos sobre alierces fracos. E nem sempre é a sua culpa. Mas pode ter certeza de que se desabou, foi porque ou foi construído de má vontade, ou o material era fraco.

Portanto, não se desespere.
2012 ainda está longe.

PS: Só não seja um casal irritante - como uma vez em que eu estava no subway e me atrasei porque o casal que estava na frente ficava "escolhe você, bebe", "não, escolhe você" blablabla odeio apelidos bregas.

Feliz dia dos namorados!
um pouco atrasado rs.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Ser

Oscilando entre os extremos
Surge uma verdade
As mãos tremendo
A memória escorre
O passado já deixado
vira um pequeno rastro
Absorção
Alguns querem esquecer
Alguns tentam lembrar
Abstinência
Alguns querem desistir
Alguns preferem tentar
Sacrifício
O ser é o que foi
A negação é o que estar por vir
O princípio do Fim
e no final todos serão culpados e inocentes
simplesmente por existir

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Vivo ou Morto

Há várias maneiras de se lidar com a morte. Uns choram demais, outros de menos. Uns se vestem de preto, outros continuam no habitual. Em algumas culturas se fazem festas, em outras um cortejo fúnubre. Muitos lamentam-se interminavelmente em cima de uma lápide fria, enquanto outros despertam em si um sentimento fútil de misericórdia... "Pobre coitado, morreu tão jovem", dizem os curiosos no meio da multidão de um acidente de carro. E todos eles, sentem o pesar que é ter a consciência de alguém partir tão cedo. Mas eu, sinceramente, não penso tanto assim nos mortos. Porque a verdade é que eu sinto mais pena dos vivos. Afinal, são eles que irão ter que conviver com a ausência... São eles que pensarão nas memórias... são eles que demarraram as lágrimas... e são eles, principalmente que vão se lembrar daquilo que não fizeram por omissão ou falta de coragem, e acima de tudo, se arrependerão todos os dias de não ter possuído Tempo suficiente para fazer aquilo que tinham que fazer. Eu sinto pena, realmente muita pena.
Mas apenas daqueles que ainda estão na Terra pra sofrer.

sábado, 29 de maio de 2010

Vícios e virtudes

Na vida, não há garantias. A única certeza de que temos durante a jornada é que o final é a morte. Mas embora tenhamos esse mínimo de consciência, insistimos, lutamos, tentamos sobreviver. E depois que os anos passam, nos damos conta do quanto erramos para chegarmos lá. Se os acertos são importantes, os erros são mais ainda. Como saber que aquela escolha não era a certa sem ter errado? Como previnir consequências maiores sem antes ter provado das pequenas? É o erro que move o ser humano, a prova empírica de que aquilo não vai funcionar, a suspeita do futuro baseado na experiência passado, o medo, o nojo, derivam também disso, além do pré-conceito de que algo é degustante. Existem pessoas que não conseguem viver com os erros. Das outras, delas mesmas. Existem pessoas que vivem remoendo o passado, buscando formas de voltar atrás, consertar, mudar, sempre pensando no "e se"... E se eu tivesse dado a oportunidade que ele merecia? E se eu não tivesse viajado? E se eu escolhesse outra coisa? E nesse pretério mais-que-perfeito imperfeito, as pessoas se perdem calculando quais escolhas deveriam ter sido feitas. Uma vez, eu bati o carro em uma árvore. Na verdade eu passei raspando, de propósito, achando que não ia amassar nada, saindo de um estacionamento que parecia um buraco. Mas amassou. E ficou muito feio. Muitas vezes eu me perguntei como pude ser tão idiota. Fazer algo tão estúpido e desejei voltar ao passado.  Depois pensei que uma hora ou outra, aquilo era um evento inevitável, eu ia fazer de qualquer jeito, e menos mal que fosse um evento menor, o que faria com que eu aprendesse e evitasse maiores tragédias sendo mais cuidadosa. E ainda depois, quando me acostumei com os arranhões e o amassado no meu carro, percebi que na realidade ele ficava bem mais charmoso assim. Quer dizer aquilo fazia agora parte do carro e principalmente parte de mim: dirigir mal é uma característica minha. E maior dificuldade das pessoas em aceitarem seus erros é na verdade aceitar o que elas são: aceitar que são egoístas, péssimas amigas, distraídas, desajeitadas ou que se vestem mal ou possuem um estilo diferente. Ninguém é igual e existem muitos mais defeitos do que qualidades. A diferença está no grau com que aceitamos esses defeitos. É quando o vicio se torna um virtude. Quando se vê beleza na imperfeição e o feio se torna belo. E é só nessas condições que o verdadeiro amor floresce. Aceitar como são. Uma vez, minha mãe falou que não existe ninguém perfeito para o outro. Oras, mãezinha, ser perfeito nesse contexto não é ser desprovido de defeitos, mas pressupõe um amor tão enorme que faz com que esses defeitos virem qualidades: a franja meio emo dele, o jeito desajeitado de andar. A forma com que ela derruba tudo, suas roupas mal passadas. O amor, le vraiment amour, the truly love, abraça essas características e vê beleza onde os outros não vêem. E é aí que se reconhece o Amor. Mais difícil ainda do que amar outra pessoa, é amar nós mesmos: aceitar que não temos o corpo de uma Bárbie ou a inteligência do Einstein. Que nossa meta de ler 50 livros não foi realizada, que nos demos mal naquela prova, que passamos vexame naquela festa, que na escola éramos taxados de nerd. Essas características vão estar sempre presentes, como arranhões de um carro, vão estar ali para lembrar-nos de ler mais e aproveitar mais as horas livres, estudar mais com antecedência, não bebermos tanto, não julgarmos as pessoas. A diferença é que às vezes o seguro cobre os arranhões e seu carro volta como novo. Mas a sua memória, ah meu amigo, ela ainda vai estar lá.
A não ser que você tenha memória de peixe ou contraia Alzheimer.

Porque não se pode voltar atrás e deixar de derramar o leite, mas sempre podemos limpá-lo do chão e recolher mais, mesmo que isso demande mais esforço.

domingo, 23 de maio de 2010

Aprendizagem

"Eu ainda me surpreendo com o fato de que as pessoas são extremamente idiotas."

É, ainda não sei dizer se resta esperança para a humanidade, pois quanto mais eu vivo mais vejo que elas são cruéis. Extremamente cruéis. E não importa o quanto existam pessoas boas, humildes, que tentam ajudar, parece que a maioria esmagadora é puro lixo hipócrita. Noventa por cento finge que é seu amigo, e fala mal pelas costas. Outros até dão sorrisinhos... ah esses sorrisinhos. E outros parecem que falam por códigos. Mas na primeira oportunidade, na primeirinha, naquele momento que você mais precisa, as pessoas te decepcionam. E é por isso que eu gosto tanto de livros. Por mais decepcionante que o final seja, aprende-se muito com o enredo.
Embora há quem diga, que se aprende muito com as pessoas também.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Carta a um amigo distante [1]

Querido amigo,

pensei tantas vezes em escrever, que acho que embaralhei inúmeras frases de rascunho, mas estavas tão feliz sem mim que achei que minha maluquisse era puro egoísmo. Já faz alguns anos que tu deixastes essa cidade nublada por ventos mais fortes e em todo esse período eu não deixei um segundo sequer de pensar no que estarías fazendo. A verdade é que essa falta me corrompeu. O costume, o hábito de encontrar teu sorriso todos os dias, muito embora naquela época ele fosse tão triste. Naquela época... às vezes me parece que passou milhares de anos. E no entanto, foram apenas quatro que passaram como um relâmpago. E ainda assim, como é relativo esse conveito de Tempo, em um segundo estavas lá em frente a rampa da oitava série esperando, e na semana seguinte desaparecera como uma brisa fria em um verão muito quente. Tanto mudou durante esses quatro anos que não sei como começar uma narrativa espetacular. Alguém disse uma vez, e meu professor de Teoria Política Clássica jura que foi um filósofo grego, que um mesmo homem não se banha no mesmo rio mais de uma vez. Eu acho mesmo que um mesmo homem não atravessa um mesmo rio mais de uma vez. E eu, que já atravessei o rio tantas vezes, tenho mudado tanto que às vezes tenho medo de me perder de vez, de me transformar em alguém que eu não conheço mais. De fato, não escrevo tanto pela saudade, seria mentir dizer que morro por ti, que penso a cada segunda na tua existência. Acho que escrevo mais por medo. De que você tenha se transformado em algo que eu não possa mais olhar. Algo tão diferente do passado a que eu ainda me iludo, e invoco nos momentos mais difíceis e tristes, e principalmente nos decepcionantes. Porque eu ainda posso dizer "ah ele não era assim", "ele era diferente". Mas só de usar o verbo "era" eu me assusto. Tenho medo de perder todas aquelas lembranças. Tenho medo de perder tua imagem, que é a única coisa que me conforta nesses dias vazios. O fato de que o que vivemos tenha realmente sido de verdade, algo que não pode ser destruído por um tornado ou furacão, algo que sempre está lá.  O ser humano precisa mesmo disso... de memória palpáveis que não se destruam com o Tempo, o vilão cruel do Tempo, que às vezes é um amigo... há pessoas que merecem ser esquecidas... mas tu não és uma delas. E saber disso me consolou quando eu mais precisei. Saber que não mudastes. Mas talvez tenhas mudado... e isso me apavora. Ainda tenho o ursinho, e todas as músicas daquela época. Quando eu escuto, então, percebo que não foram os quilômetros que nos destruiu, porque deveras o que eu sentia e sinto agora é muito maior que algumas estradas. Uma vez falastes que ia me amar para sempre e eu reclamei, no fundo querendo acreditar, que era uma calúnia. Então, dissestes algo que ficou na minha mente e que só consegui entender nos dias de hoje: que o Amor se transformaria, que não seria o mesmo Amor, mas que seria Amor. E agora eu entendo que, eu não te amo mais como naquela época, mas sim como uma música. Sim, pois nós podemos escutar a mesma música mil vezes, e cada uma vai ser diferente. Até que um dia nós enjoamos, mas isso não significa que deixamos de gostar da música. E ela nos faz retornar a algo maior, uma série de imagens. E sempre que quisermos escutá-las, basta abrir o I-tunes. No entanto, eu não posso abraçar-te toda vez que eu quero, nem ao menos falar, nem conversar, nem ver teu sorriso triste, se é que hoje em dia ele ainda é triste, embora eu tente refutar comigo mesma, não fui eu que transformei essa tristeza em felicidade. Espero sinceramente um dia poder encontrar-te novamente. Sabe o que mudou, o que não mudou, porque eu sei, tenho certeza, que algum resto ou migalha daquela pessoa que eu conheci restou... e quem sabe talvez, eu não goste dessa nova pessoa que atravessou o rio? Atravesse-o de novo e venha me ver... porque eu não posso mais sentir falta de alguém que não existe ou que eu não conheço.

Com Amor,
De alguém que não te esqueceu durante esses quatros anos longe.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Everwood

Com o dia livre por causa dessa greve que nunca acaba, esse mês voltei a assistir um dos seriados que mais marcaram minha infância/adolescência. Isso porque também foi um dos primeiros, se não o primeiríssimo, que eu comecei a acompanhar e fui até o fim.

Everwood conta a história de um famoso neurocirurgião, Andy Brown, que depois do falecimento de sua esposa, tem que lidar com seus dois filhos, a quem não havia se dedicado durante toda a sua vida pois passara os anos todos dedicando-se a salvar a vida das pessoas, nos hospitais, enquanto a vida de seu filho mais velho tentava conviver com a ausência do pai. Antes de morrer, a esposa falara-lhe uma vez sobre uma pequena cidade no Colorado, em que havia passado uns dias na infância. Essa cidade era Everwood e em um momento de nostalgia, o grande Dr. Brown decide se mudar com seus dois filhos - Ephram e Delia - para a cidadezinha, onde passa a prestar serviços de clínica geral totalmente de graça. Assim, a vida de Andy muda para sempre. Em troca dos seus antigos pacientes ricos e famosos, ele passa a atender pessoas da pequena comunidade e se vê envolvido em cada caso, emocionalmente, transformando-se por dentro. Simultaneamente, ele tenta consertar os erros de um pai ausente, sempre direcionado em seu relacionamento com Ephram, que parece cada vez pior. No começo, todos os três têm difuldades para se adptar, além da imensa falta de Nova York e da mãe falecida. Ephram se apaixona por uma menina, cujo o namorado está em coma e Delia tenta fazer novos amigos na escola.



Por que Everwood cativa tanto? Para mim, pessoalmente, diversos motivos. Mas eu diria que primeiramente por causa da evolução dos diversos relacionamentos: Ephram-pai, Ephram-Amy, Ephram-Bright, Ephram-Delia. O que nos leva ao meu motivo pessoal: Ephram. Ele foi o primeiro personagem por quem de fato eu me apaixonei e ele resume tudo o que eu acredito que o Amor seja e o "par ideal" na minha concepção. Durante as 4 Temporadas, vemos o Ephram se apaixonar, se arriscar, tentar, ajudar, sempre ao lado daquela que ele ama, sempre apoiando, mesmo no começo ela apaixonada pelo Colin e só falando nos problemas do namorado em coma. Ele continua lá, em todos os momentos que ela precisa. Nós vemos o Ephram se relacionando com outras pessoas, como a Madison, e criando amizade com alguém improvável. Vemos como ele é um ótimo irmão e também como ele evolui como filho.  Vemos os sentimentos da Amy por Ephram aumentarem. Também vemos como uma família supera a morte de uma mãe-esposa formidável e como eles lidam com a mudança. E sem contar que Everwood tem umas paisagens admiráveis (lembra muito o Canadá, principalmente Whistler) e uma trilha sonora sensacional!
Não é a toa que continua sendo meu seriado favorito e eu recomendo a todos.



Inclusive vocês podem baixar,

Uma pequena prévia de uma das minhas partes favoritas:  http://www.youtube.com/watch?v=J4x-PntRm_A

Quem dera eu, passar uns meses, numa cidade dessas. Mas já que não posso, tenho que me contentar em assistir esses episódios.

PS: E o Gregory Smith é canadense, de Toronto, mas morou a vida inteira em Vancouver!!! Pena que descobri tarde demais.

sábado, 1 de maio de 2010

Continuando...

"What's the point?" alguns podem perguntar. Aonde você quer chegar com esse texto? Remoer? Desabafar? Não, não, senhores, essa época felizmente já se foi. Venho, humildemente fazer um apelo a qualquer um que esteja do outro lado da história. Como assim? Pois bem... Traições ocorrem direto. São mais comuns do que algumas pessoas assim, e ainda sim, fico totalmente impressionada em como a maior parte das pessoas que eu conheço tratam como extrema banalidade, um ato tão cruel e egoísta. Fundamentalmente egoísta. Perdoem-me, mas eu simplesmente não consigo crer que quem trai ama alguém do que a si próprio. E não apenas quem trai, mas penso principalmente e sempre nos cúmplices desse delito. É imensamente egoísta se relacionar com alguém comprometido e fatalmente me enoja sempre que noto que esse tipo de pessoa existe. E muito. É não pensar na outra pessoa que está sofrendo, ou se iludindo. É não pensar nas consequências, no amanhã. É simples e puramente ignorar os sentimentos de outro ou outra que amanhã pode ser você. Há quem diga que não se pode controlar os sentimentos, mas eu digo que não se pode controlar quando eles já estão evoluindo, no começo é bem possível controlá-los ou até deletá-los e falo isso por experiência própria. É sempre uma questão de escolha, no fim.

Por isso eu peço, que sempre, sempre, pensem na pessoa que está lá esperando, que está lá naqueles momentos, que está lá para você.
Porque no fim é ela que vai sofrer.

Eu tento enxergar o mundo através de outros olhos, e eu espero que em algumas situações vocês também.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Traição

Depois daquele dia nada mais foi o mesmo. Ele não parecia a mesma pessoa, depois que ela descobrira sua falta. Grande falta. E toda manhã, ela acordava como que com uma corda em seu coração, apertado pelos erros de alguém que não era ela. E a troco de quê? Ele telefonava, dizia onde estava. Mas quem disse que ela acreditava? Aquelas palavras viravam apenas sussurros, talvez mentiras, omissões... no fim eram de igual ilusão. E ela se reprimia. O que era a verdade, naquele instante? Perdida em um monte de cartas, um entulhos de presentes e falsas juras de amor. Ah, o amor. Esse amor bandido que nos rouba o Tempo e o calor com a juventude, e leva com ele todos os sonhos perdidos. Ele dizia que estava com os amigos. E a todo instante ela pensava e se martirizava, será que ele estava com a outra? A outra... mas quem era a outra nessa situação? Se cada uma dessas pobres almas só tinham apenas metade de um suposto relacionamento. Uma meia verdade, metade de um abraço sincero, um beijo partido ao meio, apenas o "eu te" de um "eu te amo" deflagrado pelos dias, que carregaram consigo aquela onda de paixão. Ela tinha pena da outra, que iria sofrer os mesmos ventos, que levaram consigo a paixão dos primeiros dias. Ela tinha pena, porque afinal fazia parte do outro lado do espelho. Se ele não aguentara por ela, por que aguentaria por outra? Mas era profundamente egoísta, pois não aceitava que talvez ele a amasse de verdade. Mas que Amor? Que diabos de Amor era aquele que precisava matar algo tão bonito, tão solene, deixando em migalhas alguém que um dia já fora importante. Que tipo de Amor nasce do fim de uma relação? Que tipo de Amor precisa destruir até o pó alguém apenas para poder sobreviver ao mundo de decepções que virou essa vida conjugal? Que tipo de Amor maltrata, humilha, e cresce de uma mentira sem fim, brotando da Terra? Ela não podia crer que um Amor banal e supérfluo surgira assim de sua relação desgastada. Nunca quisera admitir que aquele relacionamento tão sincero e juvenil havia se desgastado e agora era um velho em fase terminal. E ainda por cima, ele a enganara. Como pôde depois de tantos momentos alegres, tantas confidências, tantas promessas e encantos? Como conseguia ele ainda olhar em sua face e dizer que a amava com quase a mesma entonação de outrora? Era um bom ator. Essa era a única resposta para tantas questões que lhe frustravam e a impediam de confiar em outrem. Não conseguia imaginar como uma criatura, ser de Deus, pudesse ser tão cruel e fria ao cantarolar as palavras doces de manhã ao lado de seu ouvido esquerdo e sussurar "bom dia" para a pessoa que sempre estava ali, quando em algumas noites o bandido passava-as bebendo na casa de uma prostituta sem nome. Divertindo-se. Nem sempre a troco de dinheiro, essas vadias aparecem para arruinar a vida de quem seja. Procurando a paixão perdida em outros corpos que não fosse o da amada esposa, enquanto o matrimonial amor morria no café, ao desperdir-se, ao ligar o aparelho de televisão, ao desligar o telefone. Ou talvez, meus caros amigos, ele nunca estivera ali a não ser em corpo, em matéria, quando sua alma contorcida e viciada pairava longe e os pensamentos lhe fugiam. E ele queria ter o controle da situação, mas não podia.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Amor NÃO é Apego!

Uma das coisas que me deixa mais indignada nessa vida é quando as pessoas confundem dois aspectos muito parecidos, mas que não se correspondem, e elas fazem isso com bastante frequência. As duas pequenas confusões que elas fazem e as que eu mais detesto também são "infantilidade x maturidade" e essa minha mãe adora, e "amor e apego". Vamos no ater às definições sábias dos nossos queridos dicionários. Amar é uma coisa, apegar é outra. Não é como Amor e Sexo, coisa e tal, embora as duas diferenças sejam tão nítidas quanto um prego perdido no meio de um monte de palha seca. E eu admito que também já misturei os dois sentimentos, tão estupidamente interligados. Pois vamos separar as coisas? Ah, que legal, vamos lá! Bom, o Amor é bem difícil de definir, mas todos nós sabemos que se trata talvez de um sentimento sublime (?), algo incondicional que pode ser um romance igual aos folhetins ou uma amizade exagerada ou um carinho especial. Pode ser manifestado por um abraço, um beijo, algo maluco ou totalmente fora de controle. O desejo de alguém ser feliz. Tcharam, acho que isso é o Amor. Pois bem, o apego, na minha opinião, remete-nos aquele desejo enorme do ser humano, aquela necessidade de ter sobre controle todos os seres do universo. De estar no comando. Isso é porque o apego é uma espécie de dependência: você não larga o celular, não vive sem o computador (no caso de coisas materiais), não deixa aquela pessoa em paz, não vive sem ela... e o Apego assim vira um vilão que usa a máscara do Afeto para se fingir de bom moço. Isso é o que ele faz. Bom, durante minha viagem, eu descobri que posso muito bem ter uma coisa sem outra. Ou seja, o Amor sem o Apego. Isso sim é um desafio e uma glória. Imagine só, se todos nós amássemos - mas amássemos MESMO - o próximo, porém sem apego? Que maravilha ia ser se aquele namorado não ficasse te irritando porque você sai com suas amigas, ou sua mãe deixasse você viajar com seus amigos, ou até mesmo não sentisse tanta dor quando alguém morresse, nem se lamentasse pelo leite derramado. Que magnífico seria não ter que construir um muro de lamentações por ter deixado tal pessoa em tal lugar, e tão menor seria a saudade opressora. E então você poderia até amar o estranho da esquina, que te dá bom dia todos os dias e quando ele fosse embora, e daí?, você o ama e relacionamentos são possíveis à distâncias. Relacionamentos. Que medo essa palavra dá. E sabe por quê? Por causa das convenções sociais do apego! Porque ele pressupõe uma série de regras de conduta: não falte aniversários, não saia sem seu namorado, não faça isso, não abrace tal pessoa... ah, quero que isso tudo se exploda. Afinal, "namorado", "amigo" são só títulos bem estúpidos que as pessoas usam para seguir convenções sociais. O mundo seria bem mais feliz sem essa série de regras hipócritas que só existem para nós, "donos do universos", termos aquela pequena esperança de que sim, conseguimos controlar alguma coisa. Mas no final de tudo, não temos nada. Portanto, ame sem pretensões, sem egoísmos, e sem principalmente apego *( - e isso não é mera desculpa de quem quer pegar geral) .

E cuidado, porque o apego destrói muitas coisas.

Abraços
de uma pessoa que aprendeu a amar sem se apegar
podem ir embora mais tranquilos agora.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Um dia como os outros

Desde pequena, eu sempre achei que o aniversário deveria ser uma data especial. Um dia para ser feliz, um dia em que ocorresse algo mágico. Mas na vida não existe nenhuma varia de condão, que faça sumir nossas mágoas, nossos medos e nosso rancor. Com o passar dos anos, minha concepção de conto de fadas foi mudando a cada dia, com uma nova decepção que destruía minhas filosofias. Não consigo mais aproveitar um aniversário como antes, não dou mais risada por nada, e manifestações emotivas não me abalam mais. Não sei explicar como isso foi acontecer, o aniversário era a data mais importante depois do Natal e nesses dias as duas têm virado dias comuns. Acho que grande parte disso é culpa da minha grande decepção com o ser humano em geral. No dia do aniversário, milhões de pessoas te dão "parabéns", mas poucas delas realmente de fato o fazem com coração. Sempre ligam aqueles parentes distantes que só falam com você nesses dias específicos e então a conversa no telefone morre sem dó ou piedade como um soldado em uma guerra de convenções sociais - isso mudou bastante, ainda bem, devido ao Orkut. E o dia inteiro parece um momento vazio de perspectivas, um dia comum em que você levanta, seus pais vão trabalhar, os amigos mais próximos te ligam para dizer a mesma coisa do ano passado e mais afastados deixam um scrap ou mandam um e-mail. A parte boa sempre vêm dos distantes. Por mais que uma pessoa pareça estar longe fisicamente, em alguns momentos ela se mostra mais presente que os que moram no mesmo bloco de você. Como foi o caso da Júlia e do Felipe, e eu nem tenho palavras para descrever. Aniversário para mim, virou apenas um motivo para fazer uma grande festa e reencontrar pessoas. O que poderia acontecer, assim, digamos, que sem motivo. Não tenho ninguém para dar o primeiro pedaço, a não ser minha família. Às vezes penso que seria melhor comer o bolo sozinha, mesmo correndo o risco de passar mal depois.

terça-feira, 23 de março de 2010

Malajube

"A música está por todo lugar, basta escutar."

Apesar dos dias vazios, eis algo que me faz sentir como se eu não estivesse tão oca assim como é a vida, puro delírio psicótico e ilusionista. Mas o que é a realidade senão um conjunto de ilusõe formentados por um caleidoscópio de cores? Sempre gostei de todo tipo de Arte, mas não aquela que se vê nas linhas milimitramente projetadas, não aquela que está presa ao Mercado de Trabalho, aos mandamentos estéticos, ao dinheiro... e foi por isso que eu, sentindo-me aprisionada pelo sistema, saí do meu antigo curso. Para mim, a maior Arte está nas ruas, nas esquinas e principalmente no coração. E é por isso que dedico esse post a uma das bandas que simplesmente me fazem sentir. Porque na falta de poesia, que venha a música.


Malajube é uma banda de Montreal, que abriu o show do The All American Rejects quando eu estava no meio da chuva e perto do palco em Whistler, com meus dedos por baixo do moletom, congelando e feliz da vida.

sábado, 20 de março de 2010

Something's missing

Os dias não são tristes, nem alegres demais. Não são melancólicos como uma paisagem byroniana ou românticos como as palavras doces e ásperas de Shakespeare. Uma música de perfeita estética, mas que no fundo não lembra nada. Uma paixão que não causa arrepios ou apertos no coração. Eu acordo e faço e o que tenho que fazer. Todos os dias. E ainda todas aquelas questões mal resolvidas que ficaram enterradas como uma cápsula do Tempo de erros, versos e reversos. Desencanto. Uma página de um conto que não é de fadas, uma crônica sem graça. E todos os dias os mesmos sorrisos para as mesmas pessoas no mesmo corredor. As conversas de sempre. As árvores de sempre. Sem emoção como esse texto. Sem desespero. Entretanto, parece que falta o ar e ainda assim insiste em viver como uma minúscula gota caída do céu e despedaçada na Terra. Sobrevive. Mesmo com todas as circunstâncias, a vontade de viver existe, infinita como as estrelas ou o céu ou o universo desconhecido. E ainda sim, falta alguma coisa. Algo que nem eu sei explicar com minhas humildes palavras. Falta alguma coisa. Algo que me faça querer escrever versos. Porque eu preciso de poesia na minha vida.


sexta-feira, 12 de março de 2010

Na parada de ônibus

A brisa gelada soprando, a rua vazia, o asfalto escuro. Os pingos de chuva eram tão finos que mal se percebia que estava chovendo. Mas estava. Sempre estava. As gotas brilhavam na vegetação verde, obscurecida pela camada de nuvens que escondiam o sol. Ao longe, um vislumbre da montanha, coberta de neblina semelhantes a algodão doce tão inconsistente que derrete com o toque quente da mão. Assim como os relacionamentos passageiros dessa vida. Ouviam-se seus passos, enquanto caminhava em direção à escola. Usando meias até os joelhos, e uma saia bem no estilo colegial. A mochila pesada pendurada nas costas. Passava pelos postes como ao despedir-se da luz da vida. E parecia que seus momentos possuíam música própria. Ou então eram os fones que carregava nas orelhas: seus melhores amigos. Ia cantarolando uma canção dos Beatles, enquanto sua vida passava em um relâmpago. Os pingos ficavam mais grossos e o frio cortava sua face. Mas quem disse que ela se importava? Aqueles dias eram os melhores. Atravessava a rua, como quem passa sem dar importância. Às vezes os momentos mais importantes passam despercebidos e nós só percebemos quando atravessamos a rua. E então, só resta olhar para trás. Para as estradas vazias e o dia escuro. Esperava sempre na parada de ônibus por uma salvação, alguém que tirasse aquela maldita rotina de que tanto gostava. Ou se acostumara. É difícil distinguir, a linha que separa o Amor do Costume em algumas situações é muito tênue. E então, só restava esperar.  E dançar. Dançar para afastar o frio e a dor.  Para um lado e para o outro, como o pêndulo de um relógio que nunca deixa de funcionar. Como as vidas que se separam e se unem novamente em um novelo confuso de caminho. E era tanta a dor que só dançando e estalando os dedos daquele jeito, ela podia esquecer. Ou amenizar. Tudo depende de um ponto de vista, um ângulo de um polígono, um número, uma frase, uma mente desmedida. Naquela hora exata,  quase sete e quarenta e cinco, para ela era madrugada, ele surgia sempre com seus passos tranquilos irritantes. E aquele sorriso singelo como quem diz 'bom dia' silenciosamente. Ela parava, constrangida. Os raios de sol brigavam com as nuvens, e os dois pareciam assim opostos. Ele escutava a própria música, vivia no seu compasso. Sozinho. Balançava a cabeça como se estivesse envolvido, sem perceber o mundo em volta. Parecia que só existia ele e o ônibus que estava por vir. Já ela, observava todos os traços perfeitos que pareciam escultura, militramente projetados para serem centrímetos por centrímetros perfeitos, como um desenho repleto de linhas feitas com tal desenvoltura que Da Vinci teria inveja. Ela sentia que ele era solitário. Coitado, ali parado, sem receber nenhum telefonema. Ou então compadecia-se de sua própria solidão, pois desse jeito podia sentir a auto-piedade que tanto detestava sem se culpar. O pé dele mexia-se para cima e baixo conforme o ritmo da música que ele escutava. E tudo que ela queria era perguntar-lhe que música escutava. Entretanto, ele nunca notou essa ansiedade brutal que a aprisionava, tão concentrado que estava em seus sentidos. Porque às vezes a vida passa e nós só percebemos quando já estamos na parada de ônibus. Esperando.

domingo, 7 de março de 2010

Lar, doce lar.

Qual o verdadeiro significado da palavra "lar"? Um lugar, as pessoas, o ambiente em geral? Muitos nem ao menos sabem o que pode ser chamado de lar. Deixou já muito de ser aquela imagem pré-formatada de uma casinha bem pintada, decorada, com uma família estruturada nos moldes do american way of life: a esposa obediente, o pai trabalhador e os filhos perfeitos. Quem tem isso hoje em dia?

Bom mesmo é carregar o lar dentro da mochila, presenciando cada dia um novo começo, um novo caminho, "um novo sol".

Voltei ;D A viagem foi inesquecível, mas agora tenho muita coisa para fazer. Fim das férias, monitoria, coordenadoria, aulas. É isso aí.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Vacations!

O Refúgio acaba de entrar de férias!
Gente, como vocês devem saber, estou embarcando para uma curta viagem a Vancouver no Canadá. Ficarei sem postar, não por falta de internet, mas porque cuidarei do meu diário de bordo < http://30daysinvancouver.blogspot.com/ > espero que vocês acompanhem minhas aventuras e até mais!
Já estou com saudades de Brasília.

Now the deed is done
As you blink she is gone
Let her get on with life
Let her have some fun


beijos, beijos, beijos.

PS: Ah, mais uma boa notícia: ontem acabei de revisar os dois últimos capítulos do livro (vocês sabem o título, rs) e quando voltar correrei atrás da publicação! bom, é isso.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Mais um novo começo.

Não se pode afirmar com toda a certeza o que Nietzsche quis dizer exatamente com o que ele chamou de Eterno Retorno, mas já se tornou evidente que a história acontece em ciclos. Talvez seja somente mais uma escada em espiral em que os degraus são teclas de piano e toda a humanidade escala seguindo sua própria melodia para enfim chegar ao abismo que é a morte. Vai saber. A única certeza que se tem sobre a vida é o final glorioso dela, ninguém escapará. Pois mais um ciclo nessa espiral maluca acaba de se fechar e resta apenas uma coisa a fazer: olhar para os céus e desejar que a próxima subida seja menos difícil, que existam mais pessoas acompanhando, que as curvas estejam menos sinuosas e os degraus menos escorregadios e principalmente que o topo esteja longe, porque todos devem saber que no final só resta pular. Pular para o infinito, o desconhecido. E as pessoas têm um enorme medo do desconhecido, porque simplesmente não sabem o que esperar. E isso gera uma angústia. Mas não fique triste, por favor. "Escolha uma música triste e fique melhor", porque essa subida também está cheia de bemóis e sustenidos, e às vezes eles são tão bonitos que surge uma vontade inesperada de parar apenas para escutar. Aperte bem forte a mão da pessoa que está ao seu lado e não a deixe cair, aproveite cada segundo e não deixe a música escapar. Às vezes, alguém fica cansado durante a subida, mas não desista, pois também existem surpresas boas esperando. E embora pessoas desapareçam a todo instante, novos personagens irão aparecer. As nuvens que cobriam o céu já sumiram e depois da tempestade, a grama ficou tão verde que parece um quadro em um museu. E o sol voltou a brilhar sobre os destroços daquelas lembranças mal contadas, mal ditas e até mesmo mal lembradas, e o que causava dor não passa mais de um borrão em um tecido bem costurado. Porque um ciclo termina para entrar em outro e a única coisa que resta é olhar para o céu e pedir.

E estar preparado, para mais 365 dias de caminhadas, descidas e subidas, através dessa espiral maluca que é a vida.