Estou andando na neblina. A tempestade gelada apaga parcialmente minha visão e a neve cobre meus pés inteiramente até quase alcançar os joelhos. A cada passo, a bota afunda na imensidão branca. Ao fundo do cenário as árvores balançam com o vento forte. Não tenho bússola. Não tenho compasso. O relógio se foi há algumas horas. Tudo está branco. Mas falta pouco. Chegar aonde? O que é o fim? Falta pouco, eles dizem. Perdi-me há dias, não tenho fome ou sede. Tudo que restou foi a caminhada. E as pegadas... Não se pode voltar atrás. Não consigo parar de andar. Do outro lado eu sei que alguém espera.
Mas era só um sonho
esperando a abertura dos meus olhos.
Ou de um sol para derreter a neve.
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