tag:blogger.com,1999:blog-7425324819856185152024-02-06T21:22:25.294-08:00Refúgio das BorboletasPoeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.comBlogger107125tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-51734020940158248362022-06-27T17:07:00.002-07:002022-06-27T17:07:06.801-07:00Montanhas e paisagens<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">_ Às vezes, eu sinto como se estivesse subindo uma montanha em uma trilha árdua – ela disse – e então me sinto tão exausta que tenho dificuldade para respirar.</div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both;">_ Mas, ao menos, tenho certeza de que há paisagens bonitas no caminho. – ele respondeu.</div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;">_ Eu não sei. Estou tão cansada que deixo de notar.</div><div><br /></div></div>Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-9358887309686351962022-06-15T13:31:00.001-07:002022-06-15T14:03:04.426-07:00Kein Sinn<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Die Party war leer.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">So wie das Leben.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both;">Kein Grund.</div><div class="separator" style="clear: both;">Kein Sinn.</div><div class="separator" style="clear: both;">Warum? </div><div class="separator" style="clear: both;">Geboren werden.</div><div class="separator" style="clear: both;">Studieren.</div><div class="separator" style="clear: both;">Aufwachsen.</div><div class="separator" style="clear: both;">Arbeiten.</div><div class="separator" style="clear: both;">Geld verdienen.</div><div class="separator" style="clear: both;">Sterben.</div><div class="separator" style="clear: both;">Sie sind nur Verben. </div><div class="separator" style="clear: both;">Leben.</div><div class="separator" style="clear: both;">Das ist auch ein Name.</div><div class="separator" style="clear: both;">Aber wem gehört es?</div><div class="separator" style="clear: both;">Das ist nicht meins.</div></div>Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-46318229532895876352022-06-08T15:45:00.016-07:002022-06-23T15:08:28.354-07:00Um sentimento raro / O "depois" não existe<p></p><div style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Dylan saiu angustiado da sua apresentação no trabalho. Estava participando do mais importante processo seletivo da sua vida; aquele era o cargo de seus sonhos. Não parecia, mas já trabalhava naquela empresa há dez anos. Sempre lhe assombrou a relatividade da noção de tempo. Dez anos podem ser muito ou pouco, depende da perspectiva. E do estado de espírito. Para ele, o total passou rápido como uma queda livre, mas alguns instantes específicos foram mortalmente lentos. Aquele dia, por exemplo, parecera-lhe interminável. Vinha se preparando para aquele processo seletivo há anos, "desde que entrou na empresa, na verdade", como dizia. Todavia, no momento mais importante, uma sucessão de eventos transformou o que deveria ser a sua maior conquista em um verdadeiro fiasco. Ele imprimiu o documento errado, o projetor não funcionou, sua voz falhou diversas vezes. “Imprevistos”, alguns colegas lhe disseram tentando consolá-lo. Porém, no fundo, ele sabia que, apesar de o acaso comandar alguns aspectos de seu destino, ele tinha que se preparar melhor para as contingências. Ele podia ter verificado o documento, ter levado um cabo extra para o projetor, não ter ingerido álcool na noite anterior, enfim, uma série de ações que, se não remediassem todos os problemas, com certeza, teriam mitigado seus efeitos. Ele se culpava amargamente. Uma auto sabotagem inconsciente? Ele não sabia se tinha perdido o desejo pelo trabalho ou pela vida em si. Tinha vontade de gritar, chorar, correr, fugir dali. Ele precisava extravasar. </span></div><div style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Pensou em telefonar para seus pais ou para alguns de seus melhores amigos, mas sabia que de nada adiantaria. Sua mãe provavelmente lhe diria que os eventos aconteceram da melhor forma possível, porque Deus assim o quis, e seu pai o culparia e diria que ele não se preparou de forma adequada. Ou ambos diriam que a razão do fracasso fora a sua negatividade. “Você precisa de pensamentos positivos, Dylan”, diria sua mãe. E ela listaria todos os insucessos de sua própria vida ou as misérias da sociedade, como se a situação negativa de alguém servisse de consolo para o mal-estar de outros. O eterno "você não vai comer o feijão? Com tantas pessoas passando fome no mundo..." Comer ou não o feijão não iria acabar com a fome mundial, porém. Dylan tinha, ao menos, empatia pelo próximo e essas comparações sempre o deixavam mais triste. E aquela obrigação de ser feliz o oprimia. Positividade tóxica ou ignorância? Seus pais tinham boas intenções, é claro, mas o método era falho e os fins não justificam os meios. </span></div><div style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Ele sabia exatamente com quem queria conversar, mas ela não estava disponível. Ela, que lhe consolaria tão bem com poucas palavras ou apenas um abraço. Ela, que sempre lhe escutara, por doze anos. Que estivera tão presente em sua vida. Agora estava ocupada demais na morte - quem sabe no céu, no limbo ou no inferno. Nem ele sabia mais. Ele não sabia se conseguiria acreditar em qualquer existência divina depois que Estela falecera de sabe-se-lá-o-que-talvez-suícidio-provavelmente-overdose-de-remédios-controlados-que-não-foram-controlados-suficientemente. </span>Se Estela estivesse viva, o que ela diria? Possivelmente deixaria que Dylan falasse mal de todos os membros da empresa, reclamasse das injustiças do sistema capitalista e fizesse reflexões sobre o que Schopenhauer escreveu em relação ao sofrimento humano. E então ela faria suas próprias observações filosóficas como uma boa cientista social. Repetiria alguma mensagem motivacional de boteco sem qualquer compromisso com essa positividade tóxica de Instagram. Reclamaria também do fardo da existência humana dando vazão aos anseios dele. Faria alguma piada sem graça que, mesmo na ausência de graça, faria com que Dylan sorrisse. E, por fim, diria que eles dariam um jeito, porque, afinal, eles sempre contornariam e ultrapassariam todos os obstáculos. Juntos.</div><div style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Lembrou-se de um dia no qual fizera uma prova de proficiência de francês e achara que tinha sido reprovado. Ele correu para a escola onde Estela dava aulas e bastou que ela atravessasse o portão para que tudo no universo voltasse ao seu devido lugar. Ele falou que achava que fora reprovado e ela apenas o abraçou do jeito que fazia desde a adolescência. Foi o bastante. E, quando ele descobriu que fora aprovado, Estela foi a primeira pessoa para quem contou a boa notícia. Como sentia falta dela! Talvez mais do que dela em si, ele sentia falta do sentimento que ela lhe despertou por doze longos anos de relação, divididos entre idas e vindas, brigas, amizade, noivado, casamento, divórcio e reconciliação. Aquele foi o sentimento mais puro que ele já sentira. Dylan e Estela se apaixonaram na época do colégio – quando ela não era nada, ele menos ainda. Ele ainda não era o engenheiro bem-sucedido, com mestrado e múltiplas especializações, ocupante de cargos altos na empresa e excelente atleta. Ela estava longe de ser a professora, estudante de doutorado, escritora, poliglota e ativista política que viria a se tornar na fase adulta. Não foi por uma lista de qualidades que eles se apaixonaram. Dylan achava que as pessoas o admiravam pelos motivos errados: sucesso profissional, aquela (pseudo)intelectualidade que as pessoas chamam de cultura, medalhas nas competições de remo. Aquilo realmente importava, no fim? Generosidade, honestidade, companheirismo e autenticidade não seriam características mais relevantes? A sociedade estava louca.</span></div><div style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Tanto Dylan quanto Estela foram admirados por diferentes pessoas. Mas naquele momento do colégio? Não existiam diplomas de pós-graduação, medalhas, notas boas, emprego dos sonhos. Existiam apenas os dois e suas essências. Suas vulnerabilidades mais puras. Se essa não é a forma mais fundamental de amor, ele não sabia o que mais poderia ser. Frequentemente, Dylan se incomodava com a distorção que as pessoas pareciam fazer em relação a esse sentimento. Algumas vinculam o amor a uma série de características. Como se houvesse pré-requisitos a preencher para ter o direito de ser amado: ter beleza, ter dinheiro, ter uma profissão, ter talento, etc, etc, etc. Um conjunto de posses: ter, ter, ter. As pessoas confundem amor com admiração. Dylan sabia que o amor era justamente o contrário daquilo. É um sentimento espontâneo, sem uma razão explícita, mas, por outro lado, uma série pequenos motivos, detalhes estúpidos e pouco razoáveis. "Não existem variáveis independentes que expliquem o amor", dizia a versão cientista social de Estela. A primeira coisa que ele notou nela, na escola, foi seu sorriso triste. A menina do sorriso triste. Mal sabia ele que aquela tristeza a consumiria a ponto de anular sua existência. Não foi a inteligência ou a beleza de Estela que o atraiu. Não foi por isso que ele a amou com todas as forças. Ele se encantara pela sua generosidade, expressa na forma com a qual ela abraçava as pessoas. Ele se apaixonara pelo seu sorriso, que iluminava tudo o que estava em volta, embora escondesse a escuridão de sua alma. Ele gostava até das piadas sem sentido que ela fazia. Ele admirava suas qualidades, obviamente, mas mais importante, ele aceitava e respeitava suas vulnerabilidades. Ele a via e a aceitava exatamente do jeito que ela era sem idealizações frouxas. Ambos se completavam em suas loucuras compatíveis.</span></div><div style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Era como se um tivesse acesso ao espírito do outro e isso era fantástico. Em um mundo estranho e frequentemente terrível, parecia que ambos vieram do mesmo planeta. Eles conversavam sobre tudo, desde os assuntos mais banais aos sentimentos mais profundos. Dylan sentia falta até dos códigos que ambos utilizavam para se comunicar. Fazendo uso da linguagem dos jogos de videogame que ambos adoravam, os dois usavam a expressão “te owno” em substituição a “te amo”. Era como se existisse um idioma só deles. Muito mais importante que a língua de Hegel. Existia um mundo que pertencia apenas a eles. Estela sabia quando Dylan estava triste ou com raiva por mensagem de celular. Ele sonhava com ela e sentia quando ela passava por momentos difíceis. Os dois se entendiam pelo olhar como se tivessem a capacidade de se comunicar por telepatia. Mesmo quando estavam longe, Dylan sentia a presença de Estela. </span><span style="text-align: left;">Por um grande período, os dois moraram em cidades distintas, então a maior parte do contato era virtual. Mas Dylan nunca sentiu que Estela estava longe. Pelo contrário: ele conseguia sentir sua presença em vários momentos do dia. O maior limite que enfrentamos não é geográfico, mas espiritual. Ele sentia que ela estava com ele como uma parede sólida invisível que lhe servia de apoio. E, mesmo depois de sua morte, ele ainda conseguia visualizar sua imagem. Aquele sorriso sempre triste. Que aparecia e desaparecia desde que ele a conhecera há mais de doze anos. Tempo, aliás, de acordo com Estela, era a evidência empírica mais cabal de que o amor existia. Porque o amor, segundo ela, ultrapassava décadas. Então, se você pensa em uma pessoa mesmo depois da distância física e da marcha inevitável dos ponteiros do relógio, está com um grave sintoma dessa doença que é o amor crônico e agudo. Uma forma de conexão difícil de descrever em palavras. Uma espécie de compreensão mútua e carinho sobrenaturais. E vontade de estar juntos. Mágica. </span></div><div style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;">É óbvio que Dylan se sentia triste pelo desfecho de sua bonita história de amor, porém não deixava tampouco de sentir uma pontada de felicidade por ter experimentado a oportunidade de viver aquilo com plenitude, sem amarras, custe o que custar, com todos os sacrifícios feitos por ambos. Nada parecia um obstáculo intransponível. “Vamos dar um jeito” era mesmo o lema dos dois. O que ele não conseguia entender era como alguém conseguia viver uma vida inteira sem nunca ter sentido isso. Ou pior, como alguém poderia crer que algo como luxúria pode ser melhor que esse sentimento tão raro? Um momento de prazer efêmero traz mais felicidade que anos de companheirismo, compreensão e apoio mútuos? Dylan tinha certeza de que não e as pessoas se iludiam achando que sim. Lembrava-se dos colegas da faculdade que lhe diziam que a vida de solteiro era muito melhor. Coitados, ele pensava. Buscavam suprir o vazio com conexões rasas e passageiras. O vício é um excesso resultante de uma falta. E, mesmo quando alguns zombavam do seu novo estado civil, Dylan respondia, com segurança, que, apesar de divorciado, seu casamento dera certo. Ele nunca se questionou sobre o suposto fracasso do seu casamento. A verdade é que ele não considerava um fracasso na contramão do que todos de seus círculos mais próximos pensavam apesar do divórcio trágico. E quando lhe batia uma ponta de dúvida na cabeça, dizia a si mesmo que teria feito tudo de novo, talvez até mais. E se pudesse voltar os dias, anos, antes da morte de Estela, ele teria apreciado e valorizado ainda mais cada momento, sorriso, troca, abraço. Seu medo era o contrário do que pensavam seus amigos: não tinha medo de se entregar de novo, tinha receio de jamais conseguir encontrar esse sentimento novamente. Talvez a maior parte das pessoas tenha medo de se lançar no amor. Ele não. Tudo que ele queria era se jogar no abismo. Não por acaso, o verbo em inglês é "fall in love".</span></div><div style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Depois de Estela, teve algumas relações, mas nenhuma que o fizesse se lançar. Ele percebeu que as pessoas tinham medo de afeto. Era uma pena. Amar e ser correspondido é o único sentimento que pode conferir sentido a um mundo tão absurdo.</span></div><div style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Viveria tudo de novo, tinha certeza. Ou quase. Seu único remorso consistia nas últimas palavras que </span><span style="text-align: left;">dissera a Estela, por telefone, duas semanas antes de sua morte: "depois eu te ligo com calma". Passou a semana inteira lembrando-se desse telefonema que deveria ter feito, mas foi absorvido pelo trabalho e suas obrigações diárias. Esqueceu. Duas semanas depois, foi ele que recebeu a ligação - de algum parente de Estela - avisando que ela tinha falecido. Causas desconhecidas. "Entendi", ele respondeu. Mas a verdade era que ele não entendeu nada - e jamais entenderia.</span></div><div style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;">E anos mais tarde, naquele dia após a apresentação no trabalho, ele não tinha mais a quem telefonar. O </span><span style="text-align: left;">tempo é uma arma invisível. Destruidora. E o depois não existe.</span><span style="text-align: left;"> Depois eu termino este texto. E, quem sabe, esta história.</span></div><br /><p></p>Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-2079526436836835062022-02-06T13:42:00.007-08:002022-02-06T13:42:53.272-08:00Hermine is in hell<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Hermann Hesse foi o melhor presente que alguém me deu. Começou com um livro, O Lobo da Estepe. Mais de uma pessoa havia me dito que eu parecia o personagem principal: Harry Haller. O livro é repleto de metáforas. O narrador deixa claro que não sabe se a história aconteceu ou se os eventos relatados em um caderno foram uma ilusão do protagonista. For mad man only, avisa o autor.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">A questão central do livro se refere à dualidade presente no protagonista (e em grande parte de nós): ora lobo, ora homem. A disputa entre o lobo e o homem remete aos embates entre o incômodo com a sociedade burguesa e à necessidade (ou inevitabilidade) de pertencer a ela. Hesse ultrapassa a dualidade ao afirmar que, na verdade, as pessoas são compostas por não duas, mas múltiplas almas. Parte dos conflitos existenciais advém das disputas internas entre tais fragmentos de alma.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">O que tenho em comum com o Harry é esse incômodo com a sociedade e a humanidade em geral. Desde criança, não via muito sentido em elementos frequentemente naturalizados pela sociedade capitalista: a ganância, a preocupação excessiva com as aparências, os padrões estéticos, a eterna luta por status e dinheiro. Raramente enxerguei algum sentido na vida em si. Por outro lado, Hermine, outra importante personagem do livro, representa a necessidade de usufruir de pequenos prazeres mundanos. O livro ensina que, apesar das reflexões e dos problemas, ainda há o que se aproveitar no mundo terrestre.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">O Lobo da Estepe mudou minha vida porque me ensinou a lidar com os vários fragmentos da minha alma. Também me despertou para outras obras de Hesse, como Sidarta, O Jogo das Contas de Vidro e Demian. Solidão, wanderlust, a transitoriedade da vida e as conexões humanas são temas constantes nas obras do autor. Os personagens de Hesse estão tentando constantemente lidar com o sentimento de distanciamento do mundo ao passo que, por vezes, eles encontram alguém com quem conseguem se conectar intelectualmente ou de forma espiritual. Talvez pelas influências budistas, Hesse trata repetidas vezes da transitoriedade, ou seja, do caráter efêmero das experiências no mundo. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">“We fear death, we shudder at life’s instability, we grieve to see the flowers wilt again and again, and the leaves fall, and in our hearts we know that, we, too, are transitory and will soon disappear” (Nascissus and Goldmund, Hermann Hesse).</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Justamente por aprofundar questões que rementem à psicanálise, Hermann Hesse me ajudou a passar por muitos momentos difíceis. Imagino que ele era alguém solitário e que tinha dificuldade de pertencer ao mundo ou de se identificar com a maior parte das pessoas – assim como eu.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">De qualquer forma, serei eternamente grata a quem nos apresentou.</div><div><br /></div></div><p><br /></p>Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-41587198480091338482021-11-07T13:40:00.004-08:002021-11-07T13:40:29.294-08:00Última carta ao amigo distante<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjau_c6sbJjR22HhbVVkV32JTR506h5KWm2ii98Ij8x-xTTldObKY00UJz2j_MtcnBCOlLlzB0Ft_7dwxg2-KHNSe3aPGfuzYgSZYonZGZ0cHAJ3e93hQeHJMAJGazHQEzm0GodbQdyOYxV/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="278" data-original-width="453" height="332" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjau_c6sbJjR22HhbVVkV32JTR506h5KWm2ii98Ij8x-xTTldObKY00UJz2j_MtcnBCOlLlzB0Ft_7dwxg2-KHNSe3aPGfuzYgSZYonZGZ0cHAJ3e93hQeHJMAJGazHQEzm0GodbQdyOYxV/w542-h332/image.png" width="542" /></a></div><br /><p><br /></p><p><br /></p>Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-87633848395038416442021-09-07T16:07:00.001-07:002021-09-07T16:07:55.008-07:00Quando Dylan encontrou o eterno<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Admirava as águas do lago, calmas, iluminadas pela luz do dia. Há pouco mais de dois anos, estava naquele mesmo local, refletindo sobre o tema que lhe roubava o sono e condenava sua existência: a impermanência. Como qualquer outra pessoa, Dylan não conseguia lidar com a fluidez da modernidade líquida, com os romances passageiros, as relações que não duram, as pessoas que não ficam, a euforia que acaba. Mas talvez aquilo lhe incomodasse ainda mais em comparação a outras pessoas que parecem tão acostumadas, porque lhe dava insônia, crises de ansiedade, uma sensação de desespero e estagnação. Estava naquele mesmo local onde comemorara o nascer de um ano novo anos antes, justamente a época em que ficava mais deprimido porque se lembrava de todos aqueles que haviam partido. Dylan e a eterna busca pelo eterno. No final, sabia que a dor por todas as partidas de sua vida se resumia a uma só, que tinha um nome específico: Estela. Podia fingir que não pensava nela, chateando-se com outros, fingindo que a causa do seu sofrimento era a pressão do chefe no trabalho, os problemas de sua família ou até mesmo a saúde de sua avó. Mas, sabia que por trás, ainda que todo o resto fosse igualmente relevante, estava ela. Serena, calma, porém longe.</div><p></p><p style="text-align: justify;">Estela foi seu primeiro e grande amor. Ele a viu pela primeira vez ainda jovem em um recital de poesia organizado pela escola. Na ocasião, ela lia um poema de sua própria autoria, aos 15 anos de idade – ela amava escrever desde sempre, dizia que era como respirar. Foi amor à primeira vista, o único que ele teve assim, em todos os seus longos 35 anos, de forma fulminante. Estela foi como o nome indica: estelar, uma estrela candente que passou em sua vida, devastadora como um cometa. Agora ela tinha retornado ao seu lar, brilhava no céu como a memória de um sorriso. Quando ele a viu pela primeira vez, no palco, não foram os olhos encantadores ou a qualidade de sua poesia que o deixaram encantado. Foi justamente o sorriso tímido, mas especialmente triste, que o deixara completamente intrigado. Desde então, fazia tudo para cruzar com ela no recreio, mas ela vivia em seu próprio mundo... nas estrelas. Como ele era um ano mais velho, tinham poucas chances de se encontrar. No entanto, como uma dessas peças que a vida gosta de pregar, em um belo dia depois de seis meses do primeiro encanto, ele estava conversando com um amigo e ela apareceu, do nada, das sombras. Acontece que ela precisava devolver uma fita de videogame para esse amigo de Dylan, o Bob, que Estela conhecia porque moravam no mesmo bairro e seus pais eram amigos há muitos anos.</p><p style="text-align: justify;">E, assim como mágica, por uma fita de videogame, ele disse as primeiras palavras a ela. Foi uma piada ou algo semelhante. Ficou caçoando da menina ao dizer que Bob e ela eram namorados quando, na verdade, ele queria ocupar aquele papel desde que a viu pela primeira vez. Desde aquele dia, passaram a se encontrar com mais frequência, trocar palavras, depois poesias, conversar sobre assuntos muito sérios até que chegou o momento, em um dia chuvoso, em que ele se atreveu a dar o beijo que tanto queria. Dylan nunca soube descrever o amor com palavras. Mas sabia, que se isso existisse, era aquilo. Eram as mãos dadas no intervalo, os debates sobre o sentido da vida, os arrepios quando se esbarravam por acaso, o abraço que fazia o tempo parar e a sensação estranha no estômago, a qual ele nunca sabia se era fome, refluxo ou a mais pura manifestação daquele amor nervoso. Estela sabia quando ele estava triste sem que ele precisasse dizer. Decifrava suas emoções pelo olhar e parecia que se comunicava com ele por telepatia. Ela conseguia identificar seu humor até por mensagem de celular. Ele sonhava com ela, principalmente quando sentia que ela estava triste. E ela ficava assim com frequência.</p><p style="text-align: justify;">Estela foi diagnosticada com depressão por três ou quatro psiquiatras. Perdera os pais muito jovem, em um acidente de carro, e nunca conseguira se recuperar. Mas, além das circunstâncias tristes de sua vida, tinha dificuldades biológicas em se sentir feliz. Dylan e Estela foram namorados durante uma pequena fração do ensino médio de ambos. Logo depois daquele dia chuvoso de setembro, ela foi embora da cidade e eles continuaram amigos. Chegaram a reatar em alguns momentos, quando estavam mais velhos, e a brigar às vezes. Dylan sempre telefonava em setembro, não importava a distância que existisse, porque foi o período do ano em que os pais dela morreram e era sempre um mês choroso para ela. Em determinado momento da vida adulta, reataram de uma vez e até moraram juntos por alguns meses. Mas aquela sombra escura por trás de Estela, que ofuscava todo seu brilho de estrela, sugava a energia de Dylan como um buraco negro. Progressivamente, o “bom dia, amor” era substituído por “eu não tenho vontade alguma de viver”. E ele ficava se questionando se o amor que sentia por ela não era razão suficiente para construir aquela vontade. Mas nada era. Estela não veio com um manual de instruções. Ninguém com problemas de saúde mental vem. E Dylan não soube lidar. Muitas vezes era um pouco agressivo, sem querer, como para descontar a frustração de que qualquer sacrifício seu não valia nada. Outras vezes, ele chorava escondido no quarto, porque não queria ser um peso adicional para quem acreditava ser o amor de sua vida. Ele dizia que ela tinha se cuidar, fazer exercício, mas ela ouvia todos os conselhos como se fossem críticas. A situação ficou insustentável quando Estela começou a misturar os remédios que deveriam ser sua cura com a outra terapia que ela gostava mais: o álcool. Chegava em casa bêbada, na madrugada, e não se lembrava de nada no dia seguinte. Dylan ficou impaciente, ameaçou ir embora esperando que ela dissesse que o amava e pedisse que ele ficasse, mas, para sua surpresa, ela respondeu que era mais feliz sem ele. Aquilo foi o ponto final. Tudo que ele queria é que ela fosse feliz. E então saiu da casa e recomeçou uma vida nova.</p><p style="text-align: justify;">Anos mais tarde, quando se encontraram novamente para tomar um café, ele perguntou se a vida dela estava melhor sem ele. “Melhor, não sei”, ela respondeu, “mas boa não está”. Aquela foi a última frase que disse, pois viria a falecer meses depois, em setembro, por alguma causa desconhecida, que nem o Instituto Médico iria resolver, mas que a maioria dos amigos atribuía a excesso de medicação. Dormiu e acordou no céu, Dylan pensava. Tudo que sobrara dela fora um pequeno caderno com textos e poesias. De vez em quando, Dylan abria e lia. Todavia, as palavras lhe causavam muita dor porque eram exclusivamente a expressão do sofrimento dela. Naquele dia, olhando novamente para as águas do lado, com o caderno embaixo do braço esquerdo, ele não se sentia mais tão triste. Desde o ensino médio, passara os doze anos seguintes da sua vida com Estela. Ainda que os dois estivessem fisicamente separados pelo maior período de suas vidas, nunca deixaram de trocar palavras de conforto por mensagens, e-mails, telefonemas e até partidas de jogos online. E ainda que ele fosse insuficiente – porque, no final, nada era suficiente – para fazer com que ela tivesse algum desejo pela vida, ele sabia que tinham compartilhado momentos verdadeiramente felizes. E ele sabia, dentro de si, que ela fora feliz – ao menos, por alguns segundos, alguma fração de sua vida. O único crime que ele não podia perdoar era ela ter ido antes dele e sem se despedir.</p><p></p><p style="text-align: justify;">E, anos depois de sua morte, ali parado em frente às águas escuras e hipnotizantes do lago, ele não podia deixar de pensar que sua busca tinha terminado antes mesmo de começar. Na verdade, ele já tinha encontrado o eterno no ensino médio. Ele teve a sorte de encontrar o amor. E, por mais que a reciprocidade lhe fosse uma questão perturbadora, ele não podia deixar de ficar feliz por ter sentido. Sabia que nunca deixaria de sentir. Como uma música que se torna uma viagem no tempo, uma sensação na pele que some, mas nunca desaparece completamente. Sabia que teria outras relações amorosas – mais saudáveis, esperava – que pensaria cada vez menos nela, mas nunca a deixaria por completo. Ela fazia parte dele, ontem, hoje, amanhã e sempre. E então Dylan compreendeu que antes não sabia o que significava “eterno”. Achava que eternidade significava algo que nunca mudaria. Mas, não. Naquela hora, compreendeu que o eterno é o que permanece apesar das mudanças. Mas ele também muda. </p>Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-2602570177732573622021-09-05T14:05:00.002-07:002021-09-05T14:05:23.669-07:00La petite note qu’il n’a jamais reçue<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: right;">Le 28 Octobre 2017</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">L'exil commence à devenir lourd, très lourd. J'ai besoin de tes conseils. Encore. Plus que jamais. Tu as été la seule personne qui pouvais comprendre ce que je pensais. Tu comprenais tous sans qu'il soit nécessaire que je te le dise. Sauf ce je que sentais pour toi, peut-être.</div><br /><p></p>Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-30881597123231383352013-12-31T08:12:00.002-08:002013-12-31T08:12:29.295-08:00O último de 2013.<div style="text-align: justify;">
Geralmente, no último dia do ano, eu faço uma pequena retrospectiva do que se passou. Algumas palavras que descrevem o ano, alguns momentos, lapsos de memória. No entanto, a verdade é que esse final de ano me deixou um pouco sem paciência. O que é estranho, porque 2013 não foi tão ruim. Muitos ganhos, muitas perdas. Nada diferente de qualquer ano. Será que isso trouxe decepção? Será que, no fundo, eu esperava mais? Não sei responder essa pergunta. Sei que o que 2013 trouxe de bom foi o mestrado, a dança, as leituras. E o que trouxe de ruim foram as perdas. Humanas, na maioria delas. Pessoas que foram porque quiseram ou porque não tiveram escolha. Como todos os anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Conforme tradição, seguem os livros lidos (na verdade, a lista corresponde apenas ao gênero literário, as leituras no âmbito da Ciência Política foram maiores):</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
1 - "Comprometida" - Elizabeth Gilbert</div>
<div style="text-align: justify;">
2 - "Une mort très douce" - Simone de Beauvoir</div>
<div style="text-align: justify;">
3 - "Superfreakonomics" - Steven D. Levitt e Stephan J. Dubner</div>
<div style="text-align: justify;">
4 - "Les Trois Mousquetaires" - Alexandre Dumas</div>
<div style="text-align: justify;">
5 - "Les Misérables" (I) - Victor Hugo</div>
<div style="text-align: justify;">
6 - "Hunger Games" - Suzanne Collins</div>
<div style="text-align: justify;">
7 - "Catching Fire" - Suzanne Collins</div>
<div style="text-align: justify;">
8 - "Mockingjay" - Suzanne Collins</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Feliz ano novo!</div>
Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-37245309950277086902013-09-10T13:06:00.002-07:002021-09-05T14:00:49.261-07:00Ils n'ont pas changé<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="FR-CA">Non, mes sentiments n’ont pas changé.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="FR-CA">Je t’aime comme hier.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="FR-CA">Demain et au-delà.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="FR-CA">Je t’éspere comme toujours.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="FR-CA">Toute la vie.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="FR-CA">Et, bien sûr, tu me manques beaucoup.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="FR-CA">Comme autrefois. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="FR-CA">J’ai besoin de toi. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="FR-CA">Encore. Une fois de plus.<o:p></o:p></span></div>
Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-44886195376886919102013-01-17T13:38:00.003-08:002013-01-17T13:38:56.304-08:00Dylan e a busca pelo eterno<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Dylan apagou o resto do seu
cigarro na madeira do deck. O relógio ainda não marcara meia-noite e a lua
enorme pairava no céu como um grande balão perfeitamente redondo. Ele observava
o lago escuro iluminado unicamente pela luz da grande esfera no céu, além da
fragilidade dos postes. Era noite de ano novo e ele estava, mais uma vez,
sozinho.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O final do ano e particularmente
aquela data sempre o fazia lembrar as poucas amizades que tivera na vida. Tinha
muitos colegas, parceiros de festas talvez, mas de todos havia realmente poucos
que considerava amigos. Pensava constantemente no significado da palavra
“amizade”. Para ele, deveria se algo que durasse para sempre, mas cada vez
habituava-se a se acostumar com a partida das pessoas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Todos acabavam partindo, afinal.
Questionava-se se era um problema dele. Será que Dylan era chato demais?
Quadrado demais? Um pouco antiquado, talvez? Será que não tinha inteligência
suficiente, carisma ou personalidade? O que estava ausente nele? Começava,
então, a listar, um a um, os que se foram.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Bob, seu melhor amigo no colégio.
Eles faziam tudo juntos: iam à escola juntos, estudavam para as provas, foram
da mesma sala várias vezes. Mas os anos passaram, Bob fez novos amigos na
faculdade e sumiu.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Milly, sua colega de sala na
universidade. Os dois sempre iam ao cinema, conversavam sobre quase tudo e
tinham os mesmos objetivos na vida. Até que um dia ela arranjou um namorado e
sumiu.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Pedro, amigo que conheceu em
uma festa. Foi seu amigo até decidir que nunca mais iria encostar a boca em um
copo de cerveja. E então, sumiu.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Esses eram apenas exemplos dos
muitos casos de amizade passageira, que ia e vinha, mas nunca ficava ou
permanecia de fato. Ele queria alguém que não fosse seu amigo apenas na hora da
carona ou de empréstimo de dinheiro. Costumava-se dizer que havia diversos
tipos de amizades, no entanto, Dylan sempre acreditou que a característica
elementar era a constância, o fato de sempre estar lá ou de ao menos estar
disponível. Ou o “querer bem” que nunca acabava. “Nunca acabava”, eternidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Talvez essa fosse apenas mais uma
disputa que Dylan tinha consigo mesmo. A busca pelo eterno, por algo que não
terminasse, por alguém que não fosse embora. Alguém que não fosse. E assim ele
esperava mais um ano terminar. Sentado no deck observando as águas escuras do
lago. Águas que iam e vinham devagar, mas estavam sempre ali, quando ele
precisava delas.<o:p></o:p></div>
Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-9790141958702525712013-01-13T06:05:00.001-08:002013-01-13T06:05:16.659-08:00O que Catherine poderia ter dito a Heathcliff<div style="text-align: justify;">
_ E então, Heathcliff? Eu caso com o Linton e você com sua Isabela? É assim que acaba?</div>
Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-23302997460979434692012-12-31T08:52:00.001-08:002012-12-31T08:52:31.785-08:00O Último de 2012.<div style="text-align: justify;">
Se eu fosse descrever 2012 em uma única palavra, essa seria "transição". Um processo de transição que se inicia em 2012 e deve continuar até 2013, ou até depois, quando eu finalmente atingir certo grau de estabilidade. Se um momento de transição começou esse ano, também é possível afirmar que 2012 encerrou um breve ciclo que começara em 2009: a graduação em Ciência Política e os diversos traumas amorosos. 2012 foi um ano de muito esforço, mas também de grandes realizações: formatura, primeiro emprego, e aprovação no processo seletivo do mestrado. Foi um ano de desgaste mental, noites mal dormidas, pequenos problemas de saúde, porém também houve muitos aplausos, sorrisos, abraços. Foi um período de plantar e colher, às vezes simultaneamente, o que exigiu um trabalho paranormal... mas valeu a pena, eu acho. Foi um ano de surpresas... situações inusitadas e acontecimentos inesperados, os quais eu nunca poderia imaginar e que me impressionaram positivamente. Sempre achei (e acredito que continuarei) impressionante como alguém despercebido e indiferente poderia se tornar alguém tão relevante a ponto de ser inimaginável uma vida sem ele. Por fim, foi um ano de escolhas: tive que adiar minha vontade antiga de pós-graduação no exterior em prol de melhores condições financeiras.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Livros lidos:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
1- "O Castelo de Vidro" - Jeanette Wals</div>
<div style="text-align: justify;">
2 - "Assassin's Creed - Renascença" - Oliver B.</div>
<div style="text-align: justify;">
3 - "La Dame Aux Camélias" - Alexandre Dumas (filho)</div>
<div style="text-align: justify;">
4 - "A Guerra dos Tronos" (As Crônicas do Gelo e do Fogo, vol I) - George R.R. Martin</div>
<div style="text-align: justify;">
5 - "The Clash of Kings" (As Crônicas do Gelo e do Fogo, vol II) - George R.R. Martin</div>
<div style="text-align: justify;">
6 - "O Tigre de Sharpe" (As Aventuras de Sharpe, vol I) - Bernard Cornwell</div>
<div style="text-align: justify;">
7 - "Steppenwolf" - Hermann Hesse</div>
<div style="text-align: justify;">
8 - "Wuthering Heights" - Émile Brönte</div>
<div style="text-align: justify;">
9 - "A Senhora da Magia" (As Brumas de Avalon, vol I) - Marion Zimmer Bradley</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Foram poucos livros, eu sei, mas eu não me culpo, visto que cada livro da série A Song of Ice and Fire (que deu origem à maravilhosa série do HBO Game of Thrones) tem de 500 a 900 páginas... E o terceiro já está nas minhas mãos!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De todos os nove, o que eu mais gostei foi o Steppenwolf, muito pelas circunstâncias que me levaram a lê-lo. Também gostei bastante da série A Song of Ice and Fire, e do livro La Dame Aux Camélias, embora seu autor não supere o próprio pai, o qual escreveu Le Comte de Monte-Cristo, um dos romances mais brilhantes que tive a oportunidade de ler. E foi bom voltar a ler Bernard Cornwell!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Feliz ano novo!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meta para 2013: beber mais água!</div>
Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-67389092366453338392012-12-22T16:12:00.002-08:002012-12-22T16:12:27.394-08:00A felicidade da qual fora excluído<div style="text-align: justify;">
Uma das minhas cenas favoritas no filme "Peter Pan" (boa adaptação da belíssima peça de J.M. Barrie) acontece ao final do filme: Peter observa, da janela, uma Wendy contente com seus irmãos e os meninos perdidos, agora adotados pela família da menina. E a narradora afirma que ele observava a única felicidade da qual não poderia jamais participar, ois fora permanentemente excluído.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A exclusão nesse caso, porém, tratava-se de uma escolha: Se Peter realmente quisesse passar a sua vida inteira com a supostamente amada Wendy, bastava abdicar da Terra do Nunca e de sua infância eterna. Ela fizera essa oferta, mas ele recusou, pois era o menino que não podia crescer. O verbo mais correto, entretanto, não era "podia" e sim "queria". Ele não queria crescer, porque ele no fundo ele tinha medo das consequências trazidas pelo "crescer".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É claro que o filme muda diversos pontos da peça de Barrie, mas o fundamental está bem ali visível aos olhos de quem assisti: o medo de crescer, de mudar de fase, de seguir adiante. Peter Pan é mais que um personagem infantil, ele é a encarnação dos medos de muitas crianças e adultos: a repulsa de assumir as responsabilidades associadas à vida adulta. No entanto, devido a essa aversão, ele também perdia não apenas a responsabilidade, mas também os diversos elementos positivos trazidos pelo crescimento, entre eles a companhia de Wendy e a vida que os dois poderiam ter juntos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A vida é feita de escolhas e das consequências que essas escolhas no trazem. Todas as escolhas são difíceis, porque as consequências são imprevisíveis. Como saber se Peter realmente tivesse abdicado de sua infância eterna Wendy teria ficado com ele pelo resto de suas vidas? E se ela casasse com outro e Peter se arrependesse amargamente de ter crescido? Poderia acontecer, assim como eles poderiam ter sido felizes para sempre.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os anúncios, as propagandas, as morais contidas nos filmes, e todo um universo de elementos incentivam a busca pela felicidade. Entretanto, é difícil buscar algo que não se sabe o que é. Seria ela a Terra do Nunca? Ou seria um dia feliz com a Wendy, mesmo que apenas um dia? São perguntas sem resposta. E é essa ausência de certeza absoluta que nos exclui de uma série de possibilidades... e de felicidades.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/TongJJMgBeY?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma observação importante: A peça original do Sr. Barrie (na verdade um conjunto de peças, das quais a mais famosa chamava-se "Peter and Wendy") não era destinada ao público infantil, mas sim um texto para adultos!</div>
Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-59165346286978488282012-12-03T15:35:00.000-08:002012-12-03T15:42:35.783-08:00Dividida.<div style="text-align: justify;">
Quem inventou aquela história da metade da laranja devia ter sido um miserável em busca de uma razão de viver. O fato é que ninguém nasce incompleto, como se partes indispensáveis estivessem faltando ou como se pudesse estar sobrando. Ninguém nasce sem outra suposta metade, ou sem uma parte por menor que seja, porém constantemente há pessoas que se sentem incompletas, como se algo estivesse faltando. Mas não há como sentir falta de algo que nunca se teve, ou há?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como se existisse um espaço vazio, esperando ser preenchido com algo que deveria estar sempre lá, mas por alguma razão está. Como um quarto mobiliado trancado esperando por um detentor das chaves. Ou um amante esperando a volta da amada, que estava viajando. Ou semelhante a uma criança sonhando com o presente de natal que não veio.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Entretanto, cada um é constituído por múltiplas partes, as quais constantemente estão em conflito. Ninguém é apenas "sério", ou somente "extrovertido". Não conheço uma única pessoa a qual eu possa descrever em uma palavra, uma característica, uma qualidade ou defeito, que seja!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
A verdade é que cada pessoa contem milhares de outras, uma para cada ocasião, cada interação ou situação.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dessa forma, existem múltiplas partes, assim como possivelmente existem muitas metades.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-74231864218862229442012-11-27T15:34:00.001-08:002012-11-27T15:34:09.367-08:00Aquilo que deveria ser dito.<div style="text-align: justify;">
Dizem que há aquilo que não volta... a pedra lançada e a palavra dita são dois exemplos comumente enunciados. No entanto, há aqueles que se esqueçam de outro exemplo de muita relevância: a oportunidade perdida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A oportunidade perdida é como um fantasma de alguém querido: está sempre às sombras dos eventos mais inusitados, surgindo à memória a cada momento, como uma assombração que não desiste de lembrar que ela passou. Há uma mistura de carinho, de apego, e simultaneamente de medo. Medo de admitir que ela se perdeu ou medo de considerar que ainda há uma chance e que é necessário ir buscá-la.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E da mesma forma que a palavra dita, em grande parte dos casos a palavra não dita também não volta. Mas ela consegue ser ainda pior: ela se desmancha em letras espalhadas na superfície do córtex da alma, como algo engasgado, que não consegue ir, mas não consegue ficar. Ela consegue ser ainda pior do que a palavra dita, porque a todo instante ela faz questão de lembrar que poderia ter sido diferente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A palavra não dita incomoda tanto quanto a oportunidade perdida. E, algumas vezes, como se elas gostassem de companhia, andam juntas, de mãos dadas. Importunando e afirmando, em alto bom som, que apenas não poderia, quanto deveria ser diferente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Deveria ser.</div>
<div style="text-align: justify;">
E aí você pode lembrar que ainda está vivo, que ainda pode dizer o que não disse, e que a oportunidade ainda está lá, mesmo que longe.</div>
Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-39486098558336865922012-10-04T15:30:00.001-07:002012-10-04T15:30:06.723-07:00Grito<div style="text-align: justify;">
Esgueirou-se para mais perto do precipício. Daquela altura conseguia enxergar as montanhas o vale e os córregos finos fluindo como as veias de seu pulso. Ainda sentia as dores das correntes ao redor, latejando profundamente no espaço em que deixara a marca vermelha.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Doera quebrá-las assim depois de enraizar o hábito de servir, obedecer cegamente sem motivos racionais. Racionalidade era justamente o argumento que eles mais utilizavam naquelas épocas dolorosas, afinal era mais racional ter alguém comandando. Era mais racional ter a base da pirâmide servindo. Era mais racional uma minoria pensante no poder.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esses haviam sido os argumentos de sua vida inteira, baseados em uma suposta racionalidade, porém ele não achava que algo na vida fosse de fato racional. Os instintos gritavam por liberdade, e a liberdade abria asas e fugia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Olhou para seus pés esfolados, imundos, doentes, em contraposição ao que esperava lá embaixo. Muitos metros de altura, não saberia contá-los. Nunca aprendera a lidar bem com os números. A racionalidade dizia que eles sabiam de tudo, mas 70% da população passando fome não significa nada. Era preciso ver a fome. Era preciso olhar na cara daqueles que se amontoavam nas ruas debaixo da chuva, esperando por uma resposta, uma migalha sequer de afeto, esperando uma salvação. Era preciso olhar bem nos olhos da criança faminta que batia nas vidraças fechadas dos carros parados perante ao semáforo. Era preciso sentir, mas a racionalidade não ensinava nada sobre sentimentos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Inspirou profundamente o ar rarefeito, porém límpido, e sentiu-se vivo novamente. Vida. Liberdade. Nunca duas palavras pareceram sinônimas. O que será que há no espaço de ambas em um dicionário comum? Ele já não sentia fome, nem frio, muito menos sono. Ele inspirava, desejava, ele aspirava à liberdade, como o próprio oxigênio.E, no entanto, como um desses paradoxos comuns na vida, era preciso dar um salto para atingir aquilo que ele sempre quis.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sugou o ar mais uma vez como quem se agarra a um bote no meio do oceano. Como alguém que se despede de um jeito triste, mas simultaneamente contente, daquilo que nunca foi seu. Esticou o pé, fechou os olhos, e pulou com a cena difundindo-se em tinta como quadros impressionistas, nada mais que um borrão, uma pincelada de luz. E gritou. Como nunca havia gritado antes. Um grito de liberdade.</div>
Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-78963168229966132492012-09-28T13:14:00.001-07:002012-09-28T13:14:07.522-07:00E se...<div style="text-align: justify;">
Ela percorria a estante de livros como quem faz uma jornada. Ação, Aventura, Romance, Poesia. A cada rótulo, uma dezena de títulos que ela gostaria de ler. Mas a vida não era longa o suficiente. Ia passando por capas ilustradas, vermelhas, azuis, verdes, violetas. Até que seu olhar imobilizou-se em uma coletânea. Na fresta que havia entre um livro e outro, seus olhos encontraram um semblante semelhante. <i>Mas não podia ser</i>. Ela pensou. Havia anos que não o via, e provavelmente essas centenas de dias deviam ter transformado seu rosto da juventude em algo que não fosse tão discernível. Pelo menos não daquela distância. Aquela era sua livraria favorita, porém ainda, sim, ia ser muita coincidência. Naquele momento, ela esqueceu de todos os livros que queria ler. Afinal, descobrira que a única história que lhe interessava era ela a própria autora, embora não pudesse mudar os fatos. Fato. Pensou o que teria acontecido se tivesse dado uma resposta diferente. Fato. Fato foi o que ele respondera. Fato foi o que acontecera naquela noite de Outubro. O céu devia estar meio nublado. Ele parara o carro do lado da porta da sua casa. Eles foram amigos durante quase todos os anos de faculdade. No entanto, apenas naquele momento em que um feixe de luz razoavelmente largo para iluminar um pedaço do rosto dele, ela percebeu que não podia mais fingir que eram amigos. Ele estava com casamento marcado, e ela já havia comprado suas passagens para França, onde iria fazer uma Pós-Graduação. E, entretanto, depois de muitos anos, ela mal conseguia dormir pensando <i>E se?</i> <i>E se ele não fosse casar?</i> <i>E se ela ficasse no país?</i> Ela sabia que não estava fazendo a pergunta correta. O casamento, a viagem, a distância... nenhuma desses três fatores importavam realmente. A única resposta que era relevante era a constatação de que o fato era de fato mutável "Você está casando, e eu devo viajar em duas semanas", ela dissera. Fato, ele respondera. Ela devia ter dito que podia desistir de viajar, que ficaria no país, que estaria com ele em todos os momentos, que sentia muito, que sentia algo por ele, que sentia ao menos algo. Todavia, ela não se sentiu no direito de mudar os fatos. <i>E se ela tivesse dado a resposta correta?</i> <i>Ou feito a pergunta exata?</i> Mas o que ela podia fazer se nem sempre os fatos são mesmo concretos? E mesmo assim tudo o que queria dizer e não disse foi que a luz estava perfeita naquela momento. <i>E se ela tivesse dito que o amava?</i> <i>Será que estaria mentindo? </i>Ela não poderia prever que sentiria tanto a sua falta. E que lembraria daquele momento pelos próximos cinco anos como o momento em que ela deveria ter dito alguma coisa. Qualquer coisa, mesmo que começasse com <i>E se der tudo errado?</i> Ela queria ter uma resposta dele, mas esquecera-se de fazer a pergunta. E naqueles curtos minutos de reflexão na livraria o rosto conhecido já desaparecera pela rua. <i>E se eu tivesse ido falar com ele?</i> Talvez tivesse sido melhor, ou foi o destino haviam sido perguntas frequentes. Então, por que depois de cinco anos ela ainda se atormentava com a pergunta que não tinha feito? Pois teria bastado uma pergunta e uma resposta para que os fatos naquele momento tivessem mudado.<i> E se não tivesse bastado?</i></div>
Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-74998591963672158512012-09-21T15:41:00.000-07:002012-09-21T15:41:39.708-07:00Pedaços<div style="text-align: justify;">
A vida passa sem piedade. Passa rápido que antes de conseguir piscar os olhos, as crianças já foram embora, os adultos já vieram, a bebida terminou, as luzes da festa se apagaram. Há quem compare a vida com uma estação de trem: um local de espera, onde transitam diariamente uma quantidade impressionante de pessoas. A estação existe devido aos seus sujeitos: os transeuntes que precisam se mover de um local a outro, às vezes com pressa, às vezes sem ela. </div>
<div style="text-align: justify;">
Alguns trocam palavras, outras números e endereços que serão jogados e esquecidos no bolso, na gaveta do trabalho ou na lixeira mais próxima. Alguns trocam olhares, outros certezas e tem uns ainda que vão para não voltar. Alguns carregam dúvidas, outros apenas um vazio que pesa em suas consciências. Alguns são apenas solitários, outros acreditam nas amizades que nunca tiveram de fato. Alguns conhecem seu destino, outros vão se aventurar, alguns perderam o trem escolhido.</div>
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Mas a característica mais marcante de uma estação de trem é que ela passageira. Ela só irá fazer parte da vida daqueles que a atravessam por apenas alguns momentos, minutos ou horas, sempre de espera. E são poucos os que gostam de esperar.</div>
<div style="text-align: justify;">
E a cada chegada e partida, um abraço, um olhar triste, um aceno de mão. Como se a cada momento as partes se transformassem em partes menores. E as partes menores se movem de lugar, mudam-se de um lado a outro, como milhões de fluxos, de passagens, palavras e novidades que vão se multiplicando até que se perde o controle e não se sabe mais de quem era aquele choro, ou aquele abraço, ou aquela música favorita. Partes que são perdidas, encontradas e reencontradas por aqueles que esperam na estação. </div>
<div style="text-align: justify;">
E a estação se torna uma mistura de cores, sabores, rostos conhecidos, estranhos, familiares que vão desbotando em uma só canção. Uma canção triste, de adeus. E as partes que se foram jamais serão recuperadas. Pois dentro da estação, há muitos que esperam somente pelo último trem.</div>
Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-80424436419869382592011-12-31T14:11:00.000-08:002011-12-31T14:11:54.401-08:00O último de 2011<div style="text-align: justify;">Geralmente, eu inicio a última postagem do ano definindo o que foi o ano em uma única palavra. No entanto, dessa vez não será possível. O ano de 2011 foi marcado por extremos: saúde e doença, raiva e amor, desencontro e reencontro, quebra e construção de laços... e não há meio termo capaz de expressar essa montanha russa que é a vida. Portanto, deixo apenas meus votos sinceros que depois dessas idas e vindas, subidas e vencidas, ainda tenhamos energia para seguir em frente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E é claro, os livros lidos esse ano. Foram poucos, porque a faculdade me sugou mais do que nunca:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">1- "Jane Eyre" - Charlotte Bronte</div><div style="text-align: justify;">2- "A Desobediência Civil" - Thoureau</div><div style="text-align: justify;">3- "L'étranger" - Albert Camus</div><div style="text-align: justify;">4- "Sense and Sensibility" Jane Austen</div><div style="text-align: justify;">5- "O Resgate no Mar (pt. 1)" - Diana Gabaldon</div><div style="text-align: justify;">6- "O Resgate no Mar (pt. 2)" - Diana Gabaldon </div><div style="text-align: justify;">7- "O Perigrino da Alvorada" (As Crônicas de Nárnia) - CS Lewis</div><div style="text-align: justify;">8- "A Cadeira de Prata" (As Crônicas de Nárnia) - CS Lewis</div><div style="text-align: justify;">9- "A Última Batalha" (As Crônicas de Nárnia) - CS Lewis</div><div style="text-align: justify;">10 - "The Count of Monte Cristo" - Alexandre Dumas</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Feliz Ano Novo! </div>Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-36525755112265100802011-10-15T08:12:00.000-07:002011-10-15T08:12:10.955-07:00Um, dois, três. Volte e cante.<div style="text-align: justify;">Um. A única coisa que ela lembrava daquela época eram os dias nublados de Outubro. As nuvens carregadas movendo no céu cinzento, as sombras nos prédios, o verde da grama recém-cortada. E mesmo assim, um ano inteiro não se comparava à sensação de felicidade daqueles meses... A brisa gelada no rosto não era nada comparada ao calor que sentia por dentro. Um coração envolto em lençóis de uma esperança sem tamanhos. E tudo que conseguia lembrar era o barulho das gotas de Outubro, que, mal sabia, iriam se manchar com o vermelho de uma ausência infinita. Aprendera, com o barulho da chuva, a formar uma melodia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Dois. Sorvete e uma música que não conseguia sair da sua cabeça. Os tons, ela já tinha decorado. Afogava-se cada vez mais, afundando na melodia, na clave de sol, no meio-tom. Malditos sustenidos. Sabia da necessidade de aprender outra canção, mas ainda não conseguia deixar aquela ir embora. Dó. Dó. Dó. Repetidas vezes no piano. E nenhuma delas fora tocada q</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Três. Ausência, memórias, decepção. Vazio. A época da chuva passara e as águas levaram toda aquela alegria, que escoou pelos bueiros das estradas, foi absorvida pelo solo ou simplesmente evaporou, dissolvendo-se em moléculas ou pequenas partículas imperceptíveis, como um disco guardado na gaveta e parcialmente esquecido. Aquele disco que o dia-a-dia faz esquecer, mas que você nunca vai deixar de gostar de cada música, cada letra e fotografia estampada. Como algo que se foi, mas ainda existe.</div>Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-38991017478297307232011-08-04T08:56:00.000-07:002011-08-04T08:57:39.413-07:00Reencontros<div align="justify">Li em um livro, certa vez, que quando ficamos muitos anos sem ver determinada pessoa e voltamos a encontrá-la temos um momento incicial de choque em que pensamos que ela mudou em tudo. O mesmo livro afirmava que após esse primeiro momento, tal pessoa voltava ao normal e então percebíamos que na verdade ela não mudara substancialmente. Não sei se concordo totalmente com essa afirmativa tão categórica. Pessoas são diferentes e é, exatamente por isso, que elas encaram a mudança de formas distintas. Entretanto, em um aspecto talvez o livro tenha razão: existe uma essência que permanece. Algo como um resquício de perfume, uma mancha de batom, uma cicatriz que nunca abandona o corpo. Em um segundo, a pessoa está lá, como uma extensão do seu próprio ser, um anexo a suas curvas e no minuto seguinte... assim, como se fosse de repente... ela desaparece. E então, aquela ligação, mais forte que Pontes de Hidrogênio, se dissolve na leveza insustentável do ar! Mas é justamente quando todas as esperanças estão perdidas, quando não se fala mais no passado, quando as fotografias se perderam e as flores dadas murcharam... é nesse momento, que a pessoa decide voltar. E aquele choque inicial cai como uma pancada na cabeça: ele mudou, você mudou, e agora vocês dois compartilham experiências que nunca tiveram juntos. Um passado não comum, lembranças particulares, um conjunto não vivido e uma música nunca tocada. Uma lacuna em uma história, um buraco no meio do papel... Mas a tinta ainda está lá... e você sente como se pudesse apreciar o cheiro fresco... Todavia, ela está manchada. O papel está manchado com o vazio que foram aqueles anos. Ainda existe uma essência... mas ela está obscurecida por todos os momentos que vocês não passaram juntos.</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify"><em>Esse ano reencontrei dois amigos da época do Colégio. Amigos que eu não via há cerca de 3-4 anos. Esses anos pareciam pouco para mim. Eu sempre achei que levava mais anos para alguém mudar tanto. Mas não sei dizer, e isso me fez pensar: será que alguma coisa nesse mundo dura para sempre? Existem tantas pessoas que eu gostaria de reencontrar, mas só de pensar me dá um frio na barriga.</em></div>Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-44533388223294199942011-06-29T18:55:00.000-07:002011-06-29T19:04:25.432-07:00Play<div style="text-align: justify;">(Comes Lady Groundlander with her nurse. Hendell is hidden behind the bush)</div><div style="text-align: justify;">Lady G.: Oh, Oh, dark, darkest night I've ever had! How sad is the moon in this lonely night! </div><div style="text-align: justify;">Nurse: Be patient, child! Everything has a time. It was not your fault, but the destiny. God will guide us. Be calm! Wait for me here, I will see if your beloved parents are not ill!</div><div style="text-align: justify;">(The nurse left. Hendell appears.)</div><div style="text-align: justify;">Lady G.: Oh, Hendell, my dear friend. Is that you, the shadow that comes so slowly?</div><div style="text-align: justify;">Hendell: Yes, my lady, it is your humble serve who comes to relieve you.</div><div style="text-align: justify;">Lady G.: What a sad day, Hendell! Did you know about the notices?</div><div style="text-align: justify;">Hendell: Yes, beautiful lady. I knew by the afternoon. </div><div style="text-align: justify;">Lady G.: So you know that my heart is crying... My dearest one is gone and it was so cruel... He must have been suffering too much. I can't bear this. I cannot even imagine. </div><div style="text-align: justify;">Hendell: Calm down, my lady! Everything in this world is vain! Each person is trying to survive. taking the pieces of afection, carrying their faults with their shoulders... Death is nothing but freedom.</div><div style="text-align: justify;">(pause)</div><div style="text-align: justify;">Lady G.: But, wise Hendell, it is still a great suffering for those who are living... All the faults are ours, now. All the faults are ours...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-45527887481254048752011-06-11T16:18:00.000-07:002011-06-11T16:18:38.404-07:00O estranho do Seabus<div style="text-align: justify;">Era um dia como os outros. O céu nublado, as árvores que pareciam vindas de um filme de suspense ou terror, a brisa fria, cortante. Era um dia como os outros, mas ela se atrasara. Demorara mais de uma hora na livraria. Ah, os livros eram sua paixão. Desde pequena, ela os tinha como melhores amigos. Histórias de aventura, romance e jornadas. Mergulhava em cada descoberta, cenários novos, apaixonara-se por muitos personagens. Vivera muitas histórias. Tivera muitas vidas. E aqueles sete andares da livraria do centro da cidade. Não havia como não gostar. Ela sentia que pertencia totalmente aquele ambiente. Parecia um lar. As estantes coloridas, repletas de contos e descontos. De decepções, felicidades, sorrisos e lágrimas... assim como a própria vida. Ela se atrasou e ´seguia à estação emburrada. Escurecia e ela queria voltar o mais rápido possível, passar algumas horas antes de dormir com o casal de gêmeos, conversar com os hospedeiros e finalmente descansar a mente cheia e o coração vazio na sua cama gelada no porão. Seguiu para Waterfront, assim, distraída e entrou no seabus. Um ônibus marítimo que atravessava o pacífico para o distrito de North. Todos os dias pecorria esse trajeto de quarenta e cinco minutos, de árvores tristonhas e pássaros macabros, de águas escuras e ruas desertas. Mas se sentia em casa, mesmo longe de todos. Foi nesse dia, que ela a viu pela primeira vez. Sentado no banco do seabus, comendo um sandwiche, a mochila do lado com uma plaqueta escrito "University of British Columbia". Sentou ao seu lado como quem não quer nada. E ela não queria mesmo. Ele era alto, pálido, com os olhos claros, azuis ou verdes, não importava. O cabelo escuro, curto, tangenciando sua testa lisa. Ele parecia uma estátua de mármore, esculpida em perfeições simétricas. Mas simultaneamente à sua extraordinária beleza, havia uma solidão imensa. Uma solidão inexplicável. Talvez ele gostasse de viver assim, ela pensou. E foi a tristeza que a atraiu, que a puxou, que a fez querer abraçá-lo e dizer "eu te amo". O seabus parou com um balanço. Ele levantou e moveu-se desaparecendo pela a multidão, sem um sorriso, um olhar, algo que revelasse mais da sua personalidade. A mochila preta nas costas. University of British Columbia, precisava frequentar aquele lugar. Passaram-se dias e aquele rosto não saía de sua mente. Visitou a universidade na esperança de um encontro casual. Mas nada. Nada daquele ser solitário, fechado, reservado, cheio de insegurança e simultaneamente confiante de si mesmo. Perdera as esperanças até que um dia, voltando no seabus, encontrou-o novamente. Pensou em dizer-lhe "ei, eu sei que você existe", mas achou cliché demais. Saiu despreocupada do veículo, não ia pressionar o Destino. E acabou que ele veio até ela. Ela estava com seus fones de ouvido quando sentiu um dedo em seu ombro. Ei - ele disse com uma voz doce - eu não conheço você de algum lugar?". Ela virou sorrindo, uma felicidade genuína. Sim, ela o conhecia de seus sonhos, anseios, imaginação e idealização. Ela respondeu "Impossível, eu venho de longe". Ele estudava Filosofia, ela lia Rousseau. Ele era introspectivo, ela gostava de escrever. Ele lia muito, ela vivia em livrarias. Os dois descobriram em cinco minutos o quanto eram estranhos e conhecidos. E ela quis dizer aquela frase de um filme famoso, mas se conteve. E ele quis abraçá-la, mas não pôde. Porque o ônibus 16 chegou naquele momento e ela nunca mais o viu.</div>Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-30386155907284061302011-04-17T08:06:00.000-07:002011-04-17T08:06:57.669-07:00Aniversários<div align="justify">Nunca fui de ligar para presentes ou datas comemorativas. Natal, Ano Novo, Páscoa... nunca pedi presentes em alguma dessas ocasiões, exceto aos meus pais. Uma ligação desejando um bom ano novo bastava. Uma mensagem de celular dizendo "feliz natal" era suficiente. Nada demais. Uma linha, duas, eram o bastante. Entretanto, há uma data, um único dia entre os 365 que compõem um ano em que eu sempre espero mais. E não estou falando de jóias, flores ou bombons. Nem declarações ou presentes caros.</div><div align="justify">Aniversários. </div><div align="justify">Entre os 365 dias do ano em que passamos estudando, indo à academia, correndo, lendo livros ou textos para a aula de amanhã, adoecendo, trabalhando, ganhando dinheiro, às vezes não conseguimos parar para pensar naqueles que amamos ou que nos amam, ou que nos dedicam ao menos uma parte desses dias atribulados. Entretanto, há um entre esses 365 dias que constitui-se em uma ótima oportunidade de agradecermos, saudarmos, ou apenas dizermos o quanto essas pessoas são importantes para nós. E não é que elas sejam nossas razões de viver, mas apenas algo como "ei, eu gasto ao menos 1 segundo do meu dia pensando em você" ou "aquela música me lembra você" é simplesmente o suficiente. E esse dia, na minha opinião, é o aniversário de cada um. Não que seja proibido qualquer demonstração em qualquer dia, mas o aniversário é fundamental. E é por isso que eu me dedico tanto, procurando presentes ou fazendo-os com as minhas próprias mãos, organizando festas surpresas ou caça-tesouros, escrevendo cartões, desenhando o que não posso dizer com palavras, telefonando, ou me esforçando para escrever mensagens criativas nos diversos canais sociais eletrônicos. Ei, você faz parte da minha vida! Pode não estar nos meus 365 dias do ano, mas esteve em algum deles, e eu agradeço por isso.</div><div align="justify">E é por essa razão, que eu me decepciono tanto nos meus aniversários. Porque eu espero inconscientemente que as pessoas tenham essa mesma concepção de aniversários e que por algum motivo elas me considerem um pouquinho, ao menos 1/3 do que eu as considero, embora não consiga demonstrar sempre pela minha própria deficiencia em afeição e também pelos meus dias recheados de 30 créditos na universidade + 20 horas semanais de PET + atividades extras e idiomas.</div><div align="justify">Esse ano, a melhor parte foi descobrir que não importa a distância, amigo de verdade está lá. Seja por mensagens bonitas por celular ou pelas mídias sociais. Eles vão lembrar. Impressionante mesmo foi os que moram muito longe (Canadá e México, por exemplo). Infelizmente, em compensação, alguns que moram do seu lado, vão te decepcionar. Mas é a vida, e acho que devemos aprender a lidar com isso. Por outro lado, você sempre pode se surpreender, seja por uma mensagem ou um presente bonito, ou uma cartinha bem feita, ou até um desejo bem sincero.</div><div align="justify">E nesse dia tão especial vale muito mais que apenas uma linha.</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Esse post não é uma indireta para ninguém, nem uma bronca para quem não lembrou ou fez muito pouco. É apenas para dizer a todos que amem. Mesmo que a recriprocidade seja difícil (acredite, ela é), não tenham medo de demonstrar aquilo que é importante. Porque os dias podem passar e os sentimentos mudarem. Demonstre, mesmo que seja apenas um abraço sincero, ou uma carta, um desenho, uma mensagem. E não esqueça de reservar aqueles que merecem, ao menos um segundo desse dia. Tenho certeza que para eles vai fazer tanta diferença quanto os 365 dias do ano.</div>Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-742532481985618515.post-81013837590611642012011-04-01T16:35:00.000-07:002011-04-01T16:35:06.296-07:00Pequenas mentiras diárias_ Oi, tudo bom?<br />
_ Tudo ótimo, e com você?<br />
(Resposta verdadeira: Tudo está péssimo, mas eu realmente não quero te contar)<br />
<br />
_ E o seu namorado? Não veio?<br />
_ Não, ficou estudando em casa.<br />
(Resposta verdadeira: Eu não tenho namorado, mas preciso de uma desculpa para te dispensar)<br />
<br />
_ Uma moça tão bonita... e não tem namorado?<br />
_ Não, eu prefiro me focar nos estudos...<br />
(Resposta verdadeira: Minha vida amorosa é um fracasso e minhas notas me consolam)<br />
<br />
_ Meu bem, eu te amo, mas não estou pronto/pronta para um relacionamento sério.<br />
(Resposta verdadeira: eu não quero namorar com <u>você</u>. E não, eu não te amo. <br />
<br />
_ Vamos sair amanhã?<br />
_ Não posso, tenho mil coisas para fazer...<br />
(Resposta verdadeira: Não quero sair com você, por isso vou usar as coisas que tenho para fazer como desculpa, tá?)<br />
<br />
_ Ué, você não está bebendo?<br />
_ Não, estou dirigindo...<br />
(Resposta verdadeira: Não posso, porque estou tomando anti-depressivo)<br />
<br />
Essas pequeninas sufocam, não?<br />
<br />
Postem as suas mentiras!Poeta Idealistahttp://www.blogger.com/profile/10914745021802721833noreply@blogger.com2