É verão no hemisfério sul, mas faz frio. Chove com frequência aqui em Brasília em Dezembro e as luzes de natal ainda estão espalhada pelas ruas, enfeitando a esplanada. O natal, há muito, perdeu todo aquele significado mágico para mim, embora ainda considere uma das datas mais especiais do ano. Não recebo mais as visitas do papai Noel e também não tenho mais aquela ceia desde que minha bisavó, a matriarca, contraiu Alzheimer. Às vezes, minha tia também organiza um jantar, mas lá em casa todo mundo come cedo e dorme cedo, sem nenhum aspecto tradicional. Na verdade, sempre quis e nunca tive uma ceia extremamente tradicional com amigo oculto e tudo, mas hoje em dia vejo que o mais importante - e tambores para o cliché - é passar com quem você ama e com saúde. O que eu penso em uma hora dessas é em quantas pessoas passam esse feriado trabalhando. Sozinhas, atendendo interfones na guarita, ou em uma loja de conveniência vinte e quatro horas, vendo os minutos passarem. Quantas pessoas passam nas ruas? Sem ter o que comer, sem ter com quem conversar. Quantas pessoas passam sem ter consciência do verdadeiro signifcado? Pensando nos presentes que tem que comprar e naquilo que quer ganhar. O natal, há muito, perdeu seu verdadeiro signicado para o capitalismo global. Lojas lotadas, shopping cheios, não se consegue nem andar. Enquanto Jerúsalem sofre com suas mortes e suas intrigas. Bom, para mim, o Natal, mesmo enraizado em uma religião específica, está - ou pelo menos deveria - relacionado com um ideal mais universal: o perdão (ou a solidariedade, se você preferir.) Porque, para mim, os dez mandamentos podem se resumir a um só: Amor ao próximo. Quem ama, não mata. Quem ama, não cobiça a mulher ou homem do próximo. Quem ama, não rouba. E principalmente, quem ama, perdoa. E acho realmente que as pessoas não conseguem entender muito bem o que é o Amor e o Perdão. Porque o Amor é algo grande, sem fronteiras. E o Perdão é algo extremamente difícil de se lidar. E é, também, o preceito que eu tenho mais dificuldade de aceitar, pois sou bastante vingativa. Bom, dizer que perdoou alguém é muito fácil, mas na hora da prática é como uma daquelas provas de Física do Ensino Médio em que você acha que decorou bem a teoria, mas então aprece uns números e umas contas e você se vê perdido no meio daqueles cálculos e fórmular. E fácil dizer "tudo bem, está desculpado", mas não é tão simples evitar os olhares que inevitavelmente você lança a pessoa que te magoou ou as palavras de escárnio que invariavelmente você diz ou a difamação que você causa. É até mesmo é difícil distinguir se você perdoou, esqueceu ou ainda se sente mal, porque é algo tão subjetivo que algumas vezes você se diz "eu perdoei", mas não consegue evitar toda a raiva que lhe surge quando encontra com a pessoa e até mesmo suas atitudes perante o indivíduo não condizem com suas próprias afirmações de Perdão. O Natal é uma época para amar, logo para se perdoar. Embora devesse ser assim o ano inteiro. Então tudo o que posso desejar nesse fim de ano é que vocês amem e perdoem. Perdoem sinceramente e com todo o coração, aqueles que te fizeram mal, perdoem as atitudes ruins ou os gestos ou as palavras, perdoem e joguem a mágoa fora e talvez, o mais importante, perdoem a si mesmos, porque ninguém é perfeito.
Como diria o Gustavo, frase do dia:
"A vingança nunca é plena, mata a alma e envenena" - Chaves
aheuoaihe
Feliz Natal, meus queridos :*
um abraço apertado em cada um de vocês!
heey,é vc?me adiciona lá...http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=17320766283052873556&rl=t
ResponderExcluirou no msn...dalaics@gmail.com
legal seu texto,meio triste né...as pessoas depois de tanto tempo ainda não terem descoberto o amor e o perdão...
tava lendo uma revista, e em uma cidade, acho que na holanda, na noite de natal você toca na casa do seu inimigo e o convida para jantar com a sua família, achei muito legal, mas deve ficar um clima meio estranho
ResponderExcluirRi da frase do dia, shorei com o fato de que vou ficar trabalhando no Natal no Futuro...
ResponderExcluirNão acho que o espírito esteja perdido, algumas pessoas mantem a ideia, outras não.