Dirigindo para a aula, passo sempre pelo mesmo local. Comercial lotada, carros por todo lugar, nenhuma vaga disponível. Toda vez eu passava olhando, vigiando, procurando ansiosamente, na esperança de que um dos carros fosse embora ou não estivesse ali, na esperança de que se abrisse uma vaga, por menor que seja, onde eu pudesse colocar o meu carro em segurança e ir à aula em paz. Todos os dias, eu passava procurando, aflita, com esperanças, por aquela vaga. Todos os dias, eu procurava com os olhos atentos, com medo de me distrair no volante, dirigindo devagar. Todos os dias. Todos. Até que um dia eu cansei. Eu cansei da decepção de não achar uma vaga. Eu cansei de ter que dobrar a atenção ao dirigir olhando para os lados. Eu cansei de simplesmente olhar, procurar em volta, algo que nunca estava lá. E então, uma bela noite, estacionei meu carro no pior lugar possível e passei andando a pé ao lado e então, a vi. A vaga ali me esperando, e eu tinha passado sem olhar. A vaga tão desejada, tão especial, a que eu tanto querida. Esteve lá e eu não vi. Não vi porque as esperanças acabaram e eu deixei de procurar. Às vezes ela está lá, mas por um descuido é negligenciada. E aquela vaga, tão privilegiada, tão em frente, estava lá, vazia, mas eu não voltei para pegar o carro.
E isso resume minha vida atual.
parece que é a minha tambem
ResponderExcluirInvente sua vaga!
ResponderExcluirBrinks, odeio quem faz isso.