quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O Último de 2009.

2009 definitivamente foi um ano de altos e baixos. E até acredito que cada ano seja um tanto assim. Entretanto, dessa vez foram dois extremos, como uma montanha russa que desce lá no fundo para depois subir bem alto e no segundo seguinte estar embaixo novamente. Acho que essa é a melhor analogia do que esse ano foi, pelo menos, para mim. Eu perdi diversas coisas - materiais e sentimentais - e ganhei diversas outras também. Algumas foram realmente compensadas, outras não valeram tanto assim. O importante aqui é saber que o saldo foi positivo. Infelizmente só consegui ler em torno de uns 26 livros (em anexo), não atingindo minha meta dos 50, mas fico muito feliz em contar que a meta número 1 - passar no vestibular(de novo) - foi atingida com menção honrosa. A vida é uma questão de trocas e sacrifícios, e acho que nenhum terá tanto valor em minha vida quanto ao desse vestibular, em que diferente da maioria das pessoas, eu não estudei só para passar em um curso específico, eu estudei para superar minhas notas, meus problemas e meus medos. Esse ano, eu aprendi que a maior parte das pessoas teve ou terá alguma grande decepção na vida, e esse tipo de situação não serve só para fazer-nos derramar lágrimas e lágrimas, mas principalmente para aprendermos com os fatos e encararmos a vida o melhor que pudemos. Aprendi que há diversos tipos de amizade. Recebi duas visitas especiais de amigos que estão longe fisicamente, mas em coração permanecem comigo sempre que eu preciso. Aprendi que as pessoas podem te tratar de toda forma, mas o mais importante é a forma que você trata, a maneira como encara os acontecimentos, o seu ângulo de visão. Porque tudo é muito subjetivo. Conheci diversas pessoas interessantes, que só por elas, o ano já teria valido muito. E eu poderia até citar nomes, mas vai contra a política oficial do blog. Várias pessoas famosas que eu nunca poderia imaginar simplesmente morreram e diversos relacionamentos que eu não esperaria acabaram. Decepcionei-me um milhão de vezes com a mesma pessoa e resolvi deletá-la de vez da minha vida, o que foi extremamente mais positivo. Perdoei mesmo sem a pessoa se dar conta disso e espero que ela seja feliz. Dancei muito (uma boa safra de House, como diria o Henrique), bebi muito (em algumas festas), tropecei muito (como sempre) e quase bati o carro umas trezentas vezes (sóbria, para esclarecer). Fui à quase todas as festas possíveis, li todos os textos, consegui meu SS em INTECO, participei de dois projetos de extensão, joguei no JiUNBs (muito mal, por sinal), me apaixonei de novo pela UNB, perdi as eleições do CA mas ganhei vários amigos. Consegui avancar na escrita do meu livro e pretendo  publicá-lo. Briguei, chorei e ri bastante. Subi e desci na montanha russa da vida e do humor (e acredite, o meu varia bastante). Por fim, descobri um refúgio físico, e acima de tudo, descobri que o maior refúgio está dentro de nós mesmos. O importante é viver em paz com a própria consciência. Porque príncipios e caráter são coisas que não se pode comprar.

Se a palavra chave do Natal é o perdão, a palavra do Ano Novo só pode ser Esperança. Espero que 2010 seja um ano maravilhoso e repleto de realizações. Porque esperança não é verbo, mas se conjuga.
Feliz ano novo.

...

Anexo => Lista de livros lidos em 2009:

1 - "A Libélula no Âmbar" (série "Outlander") - Diana G. [finalizado]
2 - “O Rei do Inverno" (série "As Crônicas de Arthur") - Bernard Cornwell
3 - "Lua Nova" (série "Twilight") - Stephenie Meyer
4 - "Eclipse" (série "Twilight") - Stephenie Meyer
5 - "O Inimigo de Deus" (série "As Crônicas de Arthur") - Bernard Cornwell
6 - "Excalibur" (série "As Crônicas de Arthur") - Bernard Cornwell
7 - "Memórias Póstumas de Brás Cubas" - Machado de Assis
8 - "Morte dos Reis" (série "O Imperador") - Con Iguilden
9 - "A Hora da Estrela" - Clarisse Lispector
10 - "O Ateneu" - Raul Pompéia
11 - "Campo de Espadas" (série "O Imperador") - Con Iguilden
12 - "Le Petit Prince" - Antoine de Saint-Exupéry
13 - "Morto Até o Anoitecer" - Charlaine Harris
14 - "Comer, Rezar, Amar" - Elizabeth Gilbert
15 - "20 Mil Léguas Submarinas" - Júlio Verne
16 - "Tristão e Isolda" - Lenda Celta Medieval [autor desconhecido]
17 - "O Amor nos Tempos do Coléra" - Gabriel Garcia Marquez
18 - "O Pistoleiro" (série "A Torre Negra") - Stephen King
19 - "Vampiros em Dallas" - Charlaine Harris
20 - "A Menina que Roubava Livros" - Markus S.
21 - "O Anticristo" - F. Nietzche
22 - "O Despertar" (série "Diários do Vampiro") - L.S. Smith
23 - "A Mão e a Luva" - Machado de Assis
24 - "O Vendedor de Sonhos" - Augusto Cury
25 - "Memorial do Convento" - José Saramago
26 - "O Sobrinho do Mago" (série "As Crônicas de Nárnia")
27 - talvez acabe "O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa" antes do dia acabar :)

O que eu mais gostei foi "A Menina que Roubava Livros" e o que eu menos gostei foi "O Ateneu", chatíssimo. Para 2010, podem me dar livros de aniversário que eu ficarei muito feliz. Caramba, já vou fazer 21!!!!!!!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

O Espírito Natalino

É verão no hemisfério sul, mas faz frio. Chove com frequência aqui em Brasília em Dezembro e as luzes de natal ainda estão espalhada pelas ruas, enfeitando a esplanada.  O natal, há muito, perdeu todo aquele significado mágico para mim, embora ainda considere uma das datas mais especiais do ano. Não recebo mais as visitas do papai Noel e também não tenho mais aquela ceia desde que minha bisavó, a matriarca, contraiu Alzheimer. Às vezes, minha tia também organiza um jantar, mas lá em casa todo mundo come cedo e dorme cedo, sem nenhum aspecto tradicional. Na verdade, sempre quis e nunca tive uma ceia extremamente tradicional com amigo oculto e tudo, mas hoje em dia vejo que o mais importante - e tambores para o cliché - é passar com quem você ama e com saúde. O que eu penso em uma hora dessas é em quantas pessoas passam esse feriado trabalhando. Sozinhas, atendendo interfones na guarita, ou em uma loja de conveniência vinte e quatro horas, vendo os minutos passarem. Quantas pessoas passam nas ruas? Sem ter o que comer, sem ter com quem conversar. Quantas pessoas passam sem ter consciência do verdadeiro signifcado? Pensando nos presentes que tem que comprar e naquilo que quer ganhar. O natal, há muito, perdeu seu verdadeiro signicado para o capitalismo global. Lojas lotadas, shopping cheios, não se consegue nem andar. Enquanto Jerúsalem sofre com suas mortes e suas intrigas. Bom, para mim, o Natal, mesmo  enraizado em uma religião específica, está - ou pelo menos deveria - relacionado com um ideal mais universal: o perdão (ou a solidariedade, se você preferir.) Porque, para mim, os dez mandamentos podem se resumir a um só: Amor ao próximo. Quem ama, não mata. Quem ama, não cobiça a mulher ou homem do próximo. Quem ama, não rouba. E principalmente, quem ama, perdoa. E acho realmente que as pessoas não conseguem entender muito bem o que é o Amor e o Perdão. Porque o Amor é algo grande, sem fronteiras. E o Perdão é algo extremamente difícil de se lidar. E é, também, o preceito que eu tenho mais dificuldade de aceitar, pois sou bastante vingativa. Bom, dizer que perdoou alguém é muito fácil, mas na hora da prática é como uma daquelas provas de Física do Ensino Médio em que você acha que decorou bem a teoria, mas então aprece uns números e umas contas e você se vê perdido no meio daqueles cálculos e fórmular. E fácil dizer "tudo bem, está desculpado", mas não é tão simples evitar os olhares que inevitavelmente você lança a pessoa que te magoou ou as palavras de escárnio que invariavelmente você diz ou a difamação que você causa. É até mesmo é difícil distinguir se você perdoou, esqueceu ou ainda se sente mal, porque é algo tão subjetivo que algumas vezes você se diz "eu perdoei", mas não consegue evitar toda a raiva que lhe surge quando encontra com a pessoa e até mesmo suas atitudes perante o indivíduo não condizem com suas próprias afirmações de Perdão. O Natal é uma época para amar, logo para se perdoar. Embora devesse ser assim o ano inteiro. Então tudo o que posso desejar nesse fim de ano é que vocês amem e perdoem. Perdoem sinceramente e com todo o coração, aqueles que te fizeram mal, perdoem as atitudes ruins ou os gestos ou as palavras, perdoem e joguem a mágoa fora e talvez, o mais importante, perdoem a si mesmos, porque ninguém é perfeito.

Como diria o Gustavo, frase do dia:
"A vingança nunca é plena, mata a alma e envenena" - Chaves
aheuoaihe

Feliz Natal, meus queridos :*
um abraço apertado em cada um de vocês!

domingo, 20 de dezembro de 2009

Be strong, believe

Nunca deixe ninguém dizer o que você consegue ou não fazer. Porque ninguém, a não ser você mesmo, pode falar com tanta certeza sobre suas limitações. Não há espécie que consiga ser mais adptável às mudanças do que o ser humano e isso é uma das características que mais me impressionam na humanidade. Tem gente que pode zombar daquelas simulações da ONU que os alunos do Ensino Médio participam, dizendo que é coisa de nerd ou que é uma brincadeira de criança que nada vai mudar no mundo. Mas na maior parte das vezes, mais importante que mudar o mundo é mudar como você o vê. Um pouco antes de participar da SiNUS (Simulação das Nações Unidas para Secundaristas), eu vivia uma fase em que me preocupava muito mais com festas, amigos, que qualquer outra coisa. Não estava olhando muito para o próximo.  Quando eu entrei em uma delegação, meio que foi para substituir alguém que não ia poder mais participar e então acabei pegando o país que ninguém queria, Burkina Faso, na África. Um dos membros da delegação, colega de classe meu, chegou e disse que a SiNUS não era para mim, porque eu era uma "alienada política". Ele quis dizer que eu não tinha capacidade ou vontade suficiente para participar de uma simulação só porque na época minhas notas não estavam lá essas coisas, principalmente por falta de esforço. Foi a partir desse dia que eu mudei. Eu pesquisei o que podia sobre o país e percebi que existem inúmeros problemas maiores no mundo do que meu microcosmo mediocre e que nossas atitudes faziam sim a diferença por menores que fossem. Eu estudei, tive um desempenho razoável na simulação, e ainda de quebra no final do ano passei pelo PAS em Desenho Industrial na Universidade de Brasilia. Não só  simulação, mas outras expriências me fizeram ver que eu desenhava apenas por sentimento e não por encomenda e então eu resolvi mudar de curso. Voltei pro pré vestibular e foi um semestre horrível. Mas pelo menos passei de novo, só que dessa vez em Ciência Politica, que era o que eu realmente queria. Participei de dois projetos de extenção, um deles a SiNUS (para a qual eu ajudei a elaborar um artigo científico) e consegui manter minhas notas, inclusive meu SS em inteco que fez valer todos os meus Domingos lendo os textos, e ainda por cima fui à maior parte das festas. Quando eu entrei na academia, disseram que eu não ia aguentar um mês, mas hoje em dia além da musculação ainda faço jump e vou quase todos os dias. O Rennan costuma dizer que "não sabe como essa garota consegue ler todos os textos, ir a todas aulas, malhar tantas horas e aparecer em todas as festas". Mas eu não tenho segredos. Acho que tudo que você precisa fazer é acreditar em si mesmo, porque para uma alienada, eu até que me saí bem.

Notas, festas, academia, amigos... podem parecer coisas pequenas, mas eu passei por decepções terríveis e foi nessas coisinhas em que eu pude me apoiar.
e é claro, livros, músicas e filmes sempre, porque a Arte está em todo o lugar.

Para o ano que vem, só posso desejar que seja repleto dessas pequenas coisas, que fazem meus dias valerem cada segundo.


"Everything is gonna be alright



Be strong. Believe."

Yellowcard
Os violinos me acalmam =)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Política Na Escola

É um projeto de extensão que eu participo na Universidade. Nós vamos em escolas públicos e damos aula sobre política, participação, representação, voto e democracia. Conceitos de cidadania em geral para crianças de 3a e 4a série. Acho um projeto fantástico, apesar de algumas vezes haver falta de organização. São seis aulas ao todo em torno de quatro aulas. Em uma semana tem reunião, na outra aula e assim foi-se mais um semestre da minha vida. Dei a minha última aula do semestre hoje, fazendo uma pequena revisão das aulas passadas. Eles aprenderam alguns conceitos e com certeza vão esquecer muitos, mas acho que consegui formar pelo menos alguma "base". Na hora das despedidas, eu não pensei que fosse, mas senti aquele arrepio típíco de aeroporto. Talvez eu nunca mais veja essas crianças na vida, talvez eu nem sequer tenha feito a diferença ou eles nem se lembrem de mim no futuro. Mas eu tenho certeza que eu vou me lembrar de cada rosto, cada sorriso. E embora eu não tenha decorado todos os nomes, como certamente Napoleão faria, sentirei falta de cada um. São como peças de um quebra-cabeça. Eu dou risada comigo mesma quando eles me chamam de tia. Logo eu que, reza a lenda, tenho cara de mais nova. Eu pensei que eu construia muros de aço ao meu redor, mas descobri que não sou inatingível.

E em algum lugar, bem longe, talvez ainda haja esperança para mim.
Talvez exista uma chave.