domingo, 26 de julho de 2009

Um corredor vazio.

Minha bisavó tem Alzheimer. Já faz alguns anos que a doença começou a se manifestar e no momento ela se encontra em um estado que não consegue nem mais falar. Ela não lembra de nada, não interage mais. Ela não se manifesta. Mas o que mais me impressiona nessa doença é a ausência presente em seus olhos. São vazios, opacos, sem vida. Como se não existisse mais alma dentro de um corpo oco. Imagino a mente do ser humano como um prédio enorme repleto de corredores. Nas paredes desses corredores, há quadros e fotografias. Essas imagens fazem parte da memória. O prédio da minha bisavó é cheio de corredores vazios. As paredes são brancas e desgastadas e a maior parte dos quadros foi roubada pelo Esquecimento. As imagens que sobraram não estão nítidas. Minha bisavó está perdida no meio de algum desses corredores, sem saber o que fazer. E essa é a doença que pecorre a alma dela.
Minha mãe acha que eu não sofro porque eu não costumo falar muito desse assunto. Minha família acha que eu não trato bem a minha bisavó, porque não falo muito com ela. E todos me acham uma ingrata por causa desse tipo de atitude. Mas eu moro longe (o que é uma sorte) e mesmo não expressando muito, eu também sofro. E eu não costumo falar com a minha bisavó, não por ingratidão, mas talvez por medo. Medo de olhar nos olhos vazios e ver que não existe mais nenhuma luz nele. Ela esqueceu quem eu sou, porém, eu tenho todas as lembranças boas da minha infância. Guardadas em uma caixa que eu só abro quando estou sozinha. E segura.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Feliz dia dos amigos!

Como hoje é dia dos amigos - e hoje eu vou sair com eles - resolvi fazer um post especial e não convencional, pois, geralmente eu não cito nomes nem falo da minha vida sem ser anônimamente.

Então lá vai, uma lista com as coisas que eu mais gosto em cada um deles(dos meus preferidos):

Carol: o que eu mais gosto na Carol é o seu senso de humor. Ela sempre tem uma piada (às vezes horrível) para contar e sempre leva as coisas, não importa o quão ruim seja, de um jeito engraçado. Ela também tem um coração muito bondoso e não desistiu dos seus sonhos!

Thati: ela tem um jeito bem especial. Parece tímida, mas quando você conhece, vê que é uma pessoa excelente. Ela é esforçada e também diferente. Ela não se abala com muitas coisas e está sempre disposta a fazer um favor.

Larissa: uma palavra que me lembra a Lalá é "animação". Ela gosta de sair tanto quanto eu e aceita fazer quase qualquer coisa. Ela também é muito alto astral e distribui sorrisos.

Keila: eu admiro a Keilinha em muitos sentidos. Primeiro, porque ela foi a primeira de nós a passar na UnB, e no curso mais concorrido (diga-se de passagem)! E depois porque ela consegue conciliar tudo. Para mim, ela é a mulher-maravilha!

Alice: eu vejo a Alice algumas vezes como a "consciência" do grupo. Ela é com certeza muito sensata e sabe lidar com os problemas do cotidiano. Tenho certeza que ela teve que ser muito coragem em deixar a família aqui para morar em Floripa(passou em medicina).

Paula: a Paula é uma pessoa diferente. Ela não tem preconceito nenhum com grupos ou gostos musicais e definitivamente ela sabe se divertir. É uma das pessoas mais companheiras que eu conheço e está sempre presente, mesmo estando super cheia de coisas para fazer (está trabalhando na PM e fica sem Tempo)

Jú: a Jú é a menina mais simpática e gente boa que conheço. Ela dança funk muito bem (hhahahaha) e tem uma energia super "pra cima", daquelas que te deixa alegra em qualquer hora!

Danillo: quando penso no Danillo, a primeira palavra que me vem a cabeça é dedicação. É um namorado(da Paula) dedicado, um aluno dedicado, um amigo dedicado. Ele sempre está disposto pra ajudar, sair, ou jogar Rock Band!

Henrique: ele se tornou um dos meus melhores amigos com o passar do Tempo. Simplesmente uma pessoa sem defeitos. Inteligente, bonito, simpático, carinhoso... Passa em tudo que faz! (o.O) E está sempre disposto a ajudar nos meus momentos piores. Sinceramente não sei como ele me aguenta.


Bem, c'est fini.
Tenho outros amigos que eu poderia falar muitíssimo bem, mas não quero alongar o post =)
Geralmente, sou muito receptiva com as pessoas e acho que é fácil me fazer gostar de alguém.
Mas sempre tem aqueles que são especiais e são guardados com mais consideração.

Feliz dia dos amigos para todos.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

VENI, VIDI, VICI!

Ciência Política - UnB

Passei!
Finalmente.
Depois de um ano em um curso que eu não queria e um semestre lutando e tentando conciliar tudo.
Depois de perder a câmera, o mp3, o celular, o namorado...!
Depois de ficar horas no cursinho e voltar cedo nos finais de semana.

Queria agradecer a Deus, minha familia e meus amigos.
Queria agradecer ao falecido Júlio César("imperador" de Roma) e ao autor do livro "O Imperador", que tornou a luta inspiradora e suportável.

E só.
Beijosmeliguem! *(estou de celular, aliás)

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Você me apagaria?


De que adianta uma lembrança boa se ela te faz sofrer?

Há algum Tempo, passou no Fantástico um médico visionário, o qual teve a idéia de criar um remédio que apagasse os momentos ruins da memória das pessoas. Intrigante. Foi realizada uma enquete questionando se as pessoas aprovavam a idéia e para a surpresa do doutor, a maioria delas marcou "não" como opção. A justificativa? Os momentos ruins servem como aprendizado para toda a vida.

Sempre identifiquei o ser humano como um produto de sua "essência" x "o meio" em que vive. E são as experiências que nos constroem a cada. Uma pessoa sem memória é uma pessoa sem identidade. Discuti isso com o meu amigo Erik uma vez, a caminho da parada de ônibus. Na opinião dele, somos indivíduos independente de memória e de "porquê". Ele disse que amaria a Arte mesmo que não lembrasse o motivo. Até certo ponto, concordo. Existe alguma coisa inexplicável em cada um que distingue dos demais e que define alguns gostos. Mas em contrapartida, as experiências vividas não são nulas e servem para transformar o ser e algumas preferências. Minha mãe costuma dizer que o sofrimento é importante, porque com eles aprendemos a julgar nossos erros. De certa forma, eles servem para nos tornarmos humanos e apagar as experiências ruins só prejudicaria mais o paciente. Além do quê, há o "sentir", aquela sensação idependente dos motivos ou de uma imagem pré-estabelicida.



Enfim, não tenho problemas com minhas lembranças ruins, na verdade as que me magoam são as boas. São essas que me fazem sofrer todos os dias antes de dormir.

"How happy is the blameless vestal's lot!
The world forgetting, by the world forgot.
Eternal sunshine of the spotless mind!"
(Alexander Pope)

http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1082605-15605,00-LEMBRANCAS+PODEM+SER+APAGADAS.html

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Sabedorias pelo Orkut

Fui deixar um scrap para um amigo meu e acabei lendo isso aqui, deixado por um amigo dele:


"O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo de água e bebesse.
-'Qual é o gosto?' - perguntou o Mestre.
-Ruim' - disse o aprendiz.

O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago.
Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago. Então o velho disse:
-'Beba um pouco dessa água'.Enquanto a água escorria do queixo do jovem o Mestre perguntou:
-'Qual é o gosto?'
-'Bom!disse o rapaz.

-'Você sente o gosto do sal?' perguntou o Mestre.
-'Não disse o jovem.
Mestre então, sentou ao lado do jovem, pegou em suas mãos e disse

-'A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos.

Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta.
É dar mais valor ao que você tem do que ao que você perdeu.

Em outras palavras:
É deixar de Ser copo, para tornar-se um Lago."



Se encaixa bem pelo momento que eu estou passando, de dor.
Calma, ninguém morreu. No entanto, é como se fosse um luto.
Ou eu que sou muito melodramática?
De qualquer forma, ler isso me ajudou um pouco.